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Vale (VALE3) assina acordo de R$ 170 bilhões para reparação do rompimento da Barragem de Mariana

Vale assina acordo de R$ 170 bilhões para reparar danos da barragem de Mariana, com foco em compensações socioambientais e socioeconômicas. Decisão inclui Samarco.
Acordo de R$ 170 bilhões da Vale inclui compensações para os estados e municípios afetados pelo desastre de Mariana. Acordo de R$ 170 bilhões da Vale inclui compensações para os estados e municípios afetados pelo desastre de Mariana.

Nesta sexta-feira (25), a Vale (VALE3) firmou um acordo histórico com o Governo Federal, os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, além de outras autoridades, para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, ocorrido em 5 de novembro de 2015 em Mariana (MG). Este é um dos maiores acordos financeiros já realizados no Brasil, somando R$ 170 bilhões, e visa sanar os impactos socioeconômicos e ambientais decorrentes do desastre que deixou um rastro de destruição em comunidades e ecossistemas.

O acordo envolve a Samarco, joint venture entre a Vale e a BHP Billiton, empresas co-responsáveis pelo desastre. Além das ações de indenização às famílias e recuperação ambiental, o montante será destinado a ações de políticas públicas para melhorar as condições de vida nas regiões afetadas.

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Estrutura Financeira do Acordo

O valor total de R$ 170 bilhões será dividido em três grandes blocos de destinação, conforme descrito pela mineradora:

  1. R$ 100 bilhões serão pagos em 20 anos ao Governo Federal, aos estados de Minas Gerais e Espírito Santo e aos municípios afetados. Esses recursos serão aplicados em programas de políticas públicas que visam a recuperação e desenvolvimento socioeconômico das regiões atingidas.
  2. R$ 32 bilhões serão direcionados para a Samarco, que assumirá a responsabilidade por indenizações individuais, reassentamento das famílias desalojadas pelo desastre e recuperação ambiental da bacia do Rio Doce, uma das mais prejudicadas pelo rompimento da barragem.
  3. R$ 38 bilhões já foram investidos pela Vale desde o desastre, principalmente em ações de remediação e compensação dos danos causados ao meio ambiente e às comunidades impactadas.

Com isso, a Vale busca encerrar de maneira definitiva as disputas judiciais e administrativas relacionadas ao rompimento da barragem, oferecendo uma solução conjunta e articulada com todas as partes envolvidas, incluindo os Ministérios Públicos e Defensorias Públicas.


Acordo Mediado pelo Tribunal e Papel da Samarco

O presidente da Vale, Gustavo Pimenta, ressaltou que a celebração do acordo é resultado de um processo de mediação liderado pelo Tribunal Regional Federal da 6ª Região, o que confere ao acordo segurança jurídica e estabilidade às partes envolvidas. Segundo Pimenta, o acordo é um marco significativo que resolve de forma definitiva todas as demandas jurídicas associadas ao rompimento da barragem.

O papel da Samarco, que opera a barragem de Fundão, é central na execução do acordo. A empresa deverá implementar um sistema de indenização simplificado e voluntário, além de concluir o reassentamento das famílias desalojadas e promover a recuperação ambiental da região. O processo inclui a transferência de parte das operações da Fundação Renova, atualmente responsável pela gestão das ações de reparação, para a Samarco e outras autoridades competentes. Com isso, a Fundação Renova encerrará suas atividades após a conclusão das medidas previstas no acordo.


Impactos do Acordo na Gestão Socioambiental

O valor recorde de R$ 170 bilhões a ser desembolsado pela Vale reflete a gravidade do impacto causado pelo rompimento da barragem de Fundão, que devastou comunidades inteiras, destruiu ecossistemas e comprometeu o fornecimento de água para milhões de pessoas na bacia do Rio Doce. O acordo, portanto, não apenas visa compensar as vítimas, mas também estabelecer um modelo sustentável de gestão ambiental e recuperação de ecossistemas.

Uma das principais preocupações das autoridades locais e de organizações ambientais é garantir que o dinheiro seja bem aplicado e que as ações de reparação tenham um impacto duradouro na região. Por esse motivo, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) será responsável por gerir parte dos recursos destinados às políticas públicas, conforme enfatizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula reforçou que o governo federal acompanhará de perto o cumprimento das medidas para garantir que os recursos sejam aplicados de maneira eficiente e transparente.

 

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Desafios e Futuro da Recuperação

Embora o acordo seja amplamente considerado um passo positivo em direção à reparação dos danos, os desafios permanecem significativos. A recuperação completa do Rio Doce e das comunidades atingidas levará décadas, e o sucesso do acordo dependerá da capacidade da Vale, Samarco e das autoridades públicas de gerirem esses recursos de forma eficaz.

A Vale já havia provisionado US$ 4,7 bilhões (aproximadamente R$ 23 bilhões) em seu balanço até setembro de 2024, como parte das ações previstas no acordo. O desembolso dos recursos será escalonado ao longo de várias fases, com contribuições anuais que se estenderão até 2030.

Os investimentos incluem medidas de monitoramento ambiental, programas de revitalização da bacia do Rio Doce e ações de reconstrução das infraestruturas destruídas pelo desastre. Além disso, as ações de reassentamento das comunidades devem ser concluídas até o fim da década.


Desafios e Oportunidades

O acordo de R$ 170 bilhões firmado pela Vale marca um avanço importante no processo de reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão. Além de representar um passo significativo na busca por justiça social e recuperação ambiental, ele demonstra o compromisso da mineradora em superar os desafios deixados pelo maior desastre ambiental da história do Brasil.

No entanto, o sucesso desse acordo depende de uma gestão eficaz dos recursos e de uma implementação transparente das ações de reparação, sob o olhar atento de autoridades e da sociedade civil.

 

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