A UBS Wealth Management está recomendando que seus investidores no Brasil foquem em títulos públicos indexados à inflação, como o Tesouro IPCA+ ou NTN-B, em detrimento de títulos nominais e ações negociadas em bolsa. Essa recomendação ocorre em meio a preocupações globais, incluindo o aumento do déficit fiscal nos Estados Unidos e a desaceleração econômica na China.
Segundo Ronaldo Patah, CIO da UBS Wealth Management no Brasil, a renda fixa permanece atrativa, dada a manutenção de juros altos por mais tempo. Ele destaca que a classe de ativos vinculados à inflação tem apresentado um desempenho sólido recentemente, e ainda vê espaço para mais ganhos.
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A UBS Wealth Management não prevê uma grande crise de confiança que afete os títulos ao redor do mundo, apesar das incertezas globais. A gestora prefere títulos de inflação de maior duração, refletindo sua visão otimista em relação a esses ativos.
No entanto, a UBS Wealth Management mantém uma posição neutra em ações brasileiras, dada a sensibilidade desses ativos aos mercados globais e a escassez de gatilhos positivos de curto prazo no cenário doméstico. Patah acredita que setores com exposição ao mercado interno podem se tornar mais atrativos à medida que o Banco Central implementa cortes na taxa de juros.
Embora um ciclo de corte de juros no Brasil possa aumentar o apetite ao risco dos investidores, preocupações externas ainda são relevantes. Nos Estados Unidos, um crescente déficit fiscal e questões relacionadas ao teto da dívida são fontes de apreensão.
Na China, os dados de atividade econômica têm ficado aquém das expectativas, pressionando as ações e o yuan. Apesar desses desafios globais, a UBS Wealth Management acredita que o Brasil está relativamente protegido, desde que os governos dos EUA e da China possuam recursos para enfrentar essas questões.
Em resumo, a UBS Wealth Management recomenda ativos de renda fixa e títulos indexados à inflação no Brasil, enquanto mantém uma posição neutra em ações, observando um ambiente global desafiador.