No 2º trimestre de 2024, a Oi (OIBR3) continuou a enfrentar um cenário desafiador, refletido em uma receita líquida de R$ 2,1 bilhões, o que representa uma redução de 13% em comparação ao 2T23. Este desempenho foi fortemente impactado pela queda na demanda por serviços legados e pela abordagem comercial mais seletiva adotada pela empresa, além de efeitos adversos causados por eventos climáticos. Mesmo diante desses desafios, a Oi tem se concentrado em avançar com seu plano de recuperação judicial, buscando estabilizar suas operações e otimizar a alocação de recursos.
Resultado Azevedo & Travassos 2T24: Prejuízo de R$ 77,1 Milhões
Desempenho Financeiro
A receita líquida da Oi totalizou R$ 2,1 bilhões no 2T24, uma diminuição de 13% em relação ao ano anterior e de 2,9% em relação ao trimestre anterior. A principal causa dessa retração foi a contínua redução nas receitas dos serviços não-core, como os serviços legados de cobre, atacado regulado, e TV via satélite (DTH). A receita dos serviços core – Oi Fibra e Oi Soluções – representou mais de 70% do total, mas também enfrentou desafios, com a receita da Oi Soluções, por exemplo, apresentando uma queda de 23% ano a ano.
O EBITDA de rotina das operações brasileiras foi negativo em R$ 89 milhões no trimestre, refletindo a pressão das receitas em declínio e os custos associados à infraestrutura de fibra e às despesas não recorrentes ligadas ao acordo de não litígio com a V.tal. Esse resultado foi agravado pela desaceleração no crescimento da base de clientes de fibra, que, embora tenha registrado adições líquidas de 10 mil casas conectadas, não foi suficiente para compensar a retração do ARPU (Receita Média por Usuário).
O total de opex e capex, excluindo despesas com aluguel e seguros, apresentou uma redução de 16,5% em comparação anual, uma melhoria significativa atribuída às iniciativas contínuas de eficiência e à reestruturação dos processos operacionais. O capex, por sua vez, teve uma queda expressiva de 47,7%, como resultado de uma alocação de recursos mais seletiva e focada em margens.
Recuperação Judicial e Reestruturação
O segundo trimestre de 2024 foi marcado por importantes avanços no processo de recuperação judicial da Oi. A empresa implementou etapas cruciais do plano, incluindo a conclusão das escolhas de pagamento pelos credores e a emissão de novos instrumentos de dívida, que melhoraram significativamente o perfil do endividamento financeiro da companhia. O saldo da dívida bruta a valor justo foi reduzido para R$ 8,6 bilhões, uma queda de 63,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Além disso, a Oi recebeu US$ 136 milhões relativos à 4ª tranche do DIP Loan, que foi fundamental para melhorar sua liquidez no curto prazo. Este desembolso foi utilizado para cobrir parte dos custos operacionais e para manter as operações em andamento durante o processo de reestruturação. A empresa também continua a trabalhar na renegociação de termos com credores e fornecedores, como parte das medidas para garantir a sustentabilidade de longo prazo.
O processo de reestruturação da dívida também incluiu a emissão de novas notas e a novação de títulos de dívida estrangeiros, conforme os termos do Plano de Recuperação Judicial. Esses movimentos foram essenciais para ajustar o perfil de endividamento da Oi e criar uma base mais sólida para futuras operações. A gestão da Oi acredita que essas ações, juntamente com a otimização de suas operações, permitirão que a empresa recupere sua estabilidade financeira e retorne a uma trajetória de crescimento sustentável.
Operações e Estratégias Futuras
No campo operacional, a Oi continua a focar na expansão da Oi Fibra, que se mantém como o carro-chefe da estratégia da empresa. A receita líquida da Oi Fibra foi de R$ 1,1 bilhão no 2T24, uma leve queda de 0,4% em relação ao trimestre anterior. A empresa destacou a importância das ofertas exclusivas nos canais digitais e a utilização de métodos de pagamento via cartão de crédito, que contribuíram para melhorar o score de crédito da base de clientes e reduzir os índices de inadimplência.
Apesar desses esforços, a Oi Soluções, responsável pelos serviços corporativos, enfrentou desafios significativos, com a receita líquida totalizando R$ 449 milhões, uma queda de 23% em relação ao ano anterior. A empresa está adotando uma abordagem mais seletiva em processos competitivos, visando melhorar as margens, mas isso também contribuiu para a redução do volume de negócios.
Os serviços legados, incluindo cobre e TV via satélite, continuam a ser uma preocupação, com uma receita de R$ 222 milhões e R$ 192 milhões, respectivamente, ambos registrando quedas acentuadas de mais de 28% em relação ao ano anterior. A tendência de queda nesses serviços reflete a transição para tecnologias mais modernas e a diminuição progressiva da base de clientes em áreas de negócios tradicionais.
A estratégia da Oi para os próximos trimestres inclui a continuação da reestruturação operacional, com foco na melhoria das margens e na redução de custos, além de expandir a base de clientes para os serviços de fibra, que representam o futuro da empresa. A Oi também está investindo em parcerias estratégicas e em novos produtos e serviços que possam gerar receitas adicionais e fortalecer sua posição no mercado competitivo de telecomunicações.