O resultado do Itaú no 3T24 revelou um sólido desempenho financeiro, com o lucro recorrente gerencial alcançando R$ 10,7 bilhões, um aumento de 6% em relação ao segundo trimestre de 2024. Esse resultado reafirma a posição do Itaú Unibanco como uma das instituições financeiras mais robustas do Brasil, mesmo em um contexto econômico desafiador. A expansão da carteira de crédito, aliada à redução no custo de crédito e ao incremento na margem financeira, foram fatores determinantes para o desempenho positivo do banco no trimestre.
Carteira de Crédito destaque no resultado do Itaú no 3T24
A carteira de crédito total do Itaú Unibanco, incluindo as operações internacionais, registrou um crescimento de 1,9% no trimestre, totalizando R$ 1,278 trilhão. No Brasil, o avanço foi de 2,1%, refletindo uma expansão tanto no segmento de pessoas físicas quanto nas operações de crédito para micro, pequenas e médias empresas. Este crescimento foi observado principalmente nas linhas de crédito pessoal, imobiliário e de financiamento de veículos, com aumentos respectivos de 3,1%, 3,9% e 3,0%.
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O setor de micro, pequenas e médias empresas destacou-se com uma alta de 4,1% em relação ao trimestre anterior, enquanto o segmento de grandes empresas cresceu 0,7%. Esta ampliação no resultado do Itaú no 3T24 reflete a recuperação da demanda por crédito, impulsionada pela retomada de investimentos no país e pela normalização das atividades econômicas em diversos setores.
Desempenho da Margem Financeira
Outro ponto positivo do resultado do Itaú no 3T24 foi a margem financeira com clientes, que atingiu R$ 27,5 bilhões, com aumento de 4,5% sobre o segundo trimestre. Este incremento reflete uma combinação entre a maior quantidade de dias corridos no período e o aumento no volume médio de crédito, além de um desempenho positivo nas operações de crédito para pessoas jurídicas e no mercado de investimentos.
A margem financeira com o mercado, entretanto, apresentou uma queda de 24,7% no trimestre, resultando em R$ 1,1 bilhão, devido a um desempenho mais fraco nas operações de tesouraria. Apesar disso, a margem consolidada total registrou um aumento de 3,1%, evidenciando a força do Itaú em gerar receita consistente mesmo com oscilações no cenário econômico.
Custo do Crédito e Inadimplência em Queda
O custo do crédito teve uma melhora significativa no resultado do Itaú no 3T24, apresentando uma queda de 6,4%, encerrando o trimestre em R$ 8,2 bilhões. Este resultado foi influenciado por um impacto positivo específico de aproximadamente R$ 500 milhões, referente a um cliente de grande porte. Mesmo excluindo este efeito, o Itaú conseguiu reduzir o custo do crédito, demonstrando uma eficiente gestão de risco e recuperação de créditos baixados.
Os índices de inadimplência também melhoraram no período. O indicador de atraso acima de 90 dias reduziu-se em 0,1 ponto percentual, chegando a 2,6% no consolidado. No segmento de pessoas físicas, a inadimplência recuou para 4,0%, especialmente devido a uma queda nos índices de atraso das carteiras de cartão de crédito, crédito pessoal e financiamento de veículos. Esse movimento reflete uma maior resiliência dos clientes em um contexto econômico que ainda impõe desafios para a recuperação de renda.
Receita de Serviços e Despesas Operacionais
No segmento de serviços, o resultado do Itaú no 3T24 revelou um crescimento modesto de 1,3% em comparação ao trimestre anterior, totalizando R$ 7,15 bilhões. Os destaques foram as receitas com cartões de crédito e com a administração de recursos de terceiros, que registraram aumento, mesmo com a queda nas operações de corretagem e banco de investimento devido ao menor volume de emissão de títulos.
As despesas operacionais não decorrentes de juros subiram 5,8%, totalizando R$ 15,9 bilhões, refletindo principalmente o reajuste de 4,64% nos salários e benefícios de acordo com a negociação coletiva e o aumento nas despesas de marketing e tecnologia. Esse crescimento das despesas, embora impacte os resultados, faz parte da estratégia do Itaú de investir em inovação e digitalização de suas operações, visando oferecer melhores serviços aos clientes e maior eficiência operacional no médio prazo.
Segmentos de Negócio e Receita com Seguros
O Itaú Unibanco continua a diversificar suas fontes de receita, com um desempenho robusto no setor de seguros, previdência e capitalização. O resultado do Itaú no 3T24 na área de seguros foi de R$ 2,5 bilhões, representando um crescimento de 5,3% sobre o trimestre anterior. Esse aumento foi impulsionado por uma alta de 3% nos prêmios ganhos e de 2,1% nas receitas líquidas de capitalização.
No acumulado do ano, a linha de seguros teve uma expansão de 12,6%, somando R$ 8,38 bilhões até o final do terceiro trimestre. Este crescimento contínuo reforça a importância da operação de seguros dentro do portfólio do Itaú, contribuindo significativamente para a diversificação de suas receitas e para a mitigação de riscos associados a oscilações no mercado de crédito.
Projeções e Eficiência Operacional
O Itaú encerrou o trimestre com um índice de eficiência de 40,2% no consolidado, refletindo a estratégia de controle de despesas e de investimentos em inovação. No Brasil, o índice ficou em 38,6%, mostrando a busca do banco pela otimização de recursos e aumento da produtividade em suas operações domésticas.
Com base no desempenho positivo até o 3T24, as projeções para o fechamento do ano permanecem otimistas. A expectativa é de que o Itaú continue investindo na expansão de suas operações de crédito, especialmente para pessoas jurídicas e microempresas, além de consolidar sua posição no setor de seguros e administração de recursos.
O resultado do Itaú no 3T24 reflete a resiliência do banco em meio a um ambiente econômico desafiador. Com um lucro recorrente de R$ 10,7 bilhões, o Itaú reforça sua liderança no setor bancário brasileiro e sua capacidade de crescimento sustentável. A estratégia de diversificação das fontes de receita, combinada com uma gestão eficaz de crédito e controle de inadimplência, contribui para um desempenho consistente.
Ao mesmo tempo, o Itaú segue comprometido com a digitalização e a eficiência operacional, preparando-se para capturar novas oportunidades de crescimento em um mercado em constante transformação. O banco reafirma seu compromisso em entregar valor para acionistas e clientes, fortalecendo sua posição como uma das principais instituições financeiras do Brasil.