O real brasileiro vem apresentando queda expressiva em relação ao dólar americano nos últimos meses, gerando apreensão entre investidores e analistas. No entanto, esse cenário também abre portas para oportunidades no mercado de ações, principalmente para quem busca lucrar sem a necessidade de investir no exterior.
A combinação de preocupações fiscais internas com a alta dos juros nos Estados Unidos pressiona o real, impactando o cenário econômico nacional. No acumulado do ano, o real brasileiro (BRL) caiu 10,4% em relação ao dólar americano, apresentando um desempenho inferior ao de outros mercados emergentes. Apesar dos superávits comerciais e do déficit na balança corrente facilmente financiado pelo IDE, as preocupações fiscais internas têm mantido o real sob pressão, evidenciando uma fragilidade no cenário econômico nacional.
Oportunidades em meio à crise
Em meio à desvalorização cambial, surgem oportunidades para investidores que buscam se proteger da inflação e aumentar seus rendimentos. Empresas exportadoras, por exemplo, tendem a se beneficiar com o real fraco, pois suas receitas em dólar aumentam em relação aos custos em reais.
Empresas como Suzano e Vale se destacam nesse cenário, com a maior parte de suas receitas em dólares americanos. Entretanto, é importante ressaltar que a decisão da Suzano de considerar uma oferta pela International Paper impulsiona as ações no curto prazo, mostrando como movimentos corporativos também influenciam o mercado.
No setor de petróleo e gás, a Petrobras e a PRIO também se beneficiam com a valorização do dólar, o que pode contribuir para uma melhora em seus resultados financeiros, porém, é preciso considerar os desafios operacionais que enfrentam.
No setor de agronegócio as empresas se beneficiam porque as suas receitas estão atreladas a itens que tem cotação registrada em dólar. Assim, SLC, SMTO, Jalles e JBS também figuram entre as que podem se beneficiar, principalmente pela conversão de lucros em dólares para reais, o que gera uma vantagem competitiva.
Conheça um pouco de cada empresas:
- Vale (VALE3): Com uma das maiores participações na economia brasileira, a Vale é uma potência global na produção de minério de ferro, níquel, cobre e outros metais. Sua trajetória está intimamente ligada aos altos e baixos do mercado de commodities.
- Petrobras (PETR4): Como uma das maiores petrolíferas do mundo, a Petrobras desempenha um papel crucial no setor energético nacional e internacional. Seu destino é frequentemente moldado pelos preços globais do petróleo.
- PetroRio (PRIO3): A PetroRio, empresa de exploração e produção de petróleo e gás, tem se destacado pelo crescimento e pela busca constante por novos ativos no mercado nacional.
- JBS (JBSS3): No setor de alimentos, a JBS é uma gigante global na produção de proteínas, incluindo carne bovina, suína e de frango. Seu desempenho está atrelado às condições do mercado internacional de commodities agrícolas.
- SLC Agrícola (SLCE3): Com foco no agronegócio, a SLC Agrícola é uma das principais produtoras de grãos do Brasil, como soja, milho e algodão, enfrentando desafios e oportunidades no mercado global.
- Suzano (SUZB3): Como uma das maiores empresas de celulose e papel do mundo, a Suzano é uma referência no setor, investindo em sustentabilidade e inovação para manter sua liderança.
- São Martinho (SMTO3): Especializada na produção de açúcar e etanol, a São Martinho é uma das líderes do setor sucroenergético, navegando pelas flutuações de preços e condições climáticas.
- Jalles Machado (JALL3): Presente na produção de açúcar, etanol e energia elétrica, a Jalles Machado se destaca pela sua atuação no estado de Goiás e por suas práticas sustentáveis.
Impacto negativo em setores locais e varejo
A desvalorização do real em relação ao dólar afeta diversos setores da economia brasileira de maneiras distintas. Companhias aéreas, como Gol e Azul, são fortemente impactadas, uma vez que a maior parte de suas vendas é feita em reais, enquanto seus custos, especialmente de combustível, são denominados em dólares americanos. Isso significa que, quando o real se desvaloriza em relação ao dólar, os custos dessas empresas aumentam, pressionando suas margens de lucro.
Da mesma forma, empresas alimentícias como a M. Dias Branco também sofrem com a desvalorização do real, já que têm grande parte de seus custos dolarizados, especialmente os relacionados à importação de matéria-prima e insumos.
No setor varejista, empresas como Renner, C&A e Hering também podem enfrentar pressão sobre suas margens de lucro. Embora vendam predominantemente em reais, parte de seus custos, como a importação de produtos ou matérias-primas, é denominada em dólares. Assim, quando o real se desvaloriza, os custos dessas empresas aumentam, o que pode impactar suas margens.
Diversificação e análise criteriosa são essenciais
Para aproveitar as oportunidades e minimizar os riscos, especialistas recomendam diversificar a carteira de investimentos, buscando empresas de diferentes setores que se beneficiam do real fraco. É fundamental realizar uma análise criteriosa de cada empresa, considerando seus fundamentos, riscos específicos e potencial de crescimento.
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Ao contrário do que muitos pensam, investir no mercado de ações brasileiro e se beneficiar da desvalorização do real não exige conta internacional, pois empresas listadas na bolsa brasileira aumentam seus lucros quando o real está em queda.
Apesar das oportunidades, especialistas alertam para a importância da cautela e do planejamento ao investir em momentos de volatilidade econômica. Começar com aportes gradativos e aumentar os investimentos conforme o conhecimento e a experiência são medidas importantes para minimizar os riscos e alcançar os objetivos financeiros de forma segura e inteligente.
A desvalorização do real, embora represente desafios para a economia brasileira, também abre portas para quem busca se proteger da inflação e aumentar seus rendimentos no mercado de ações.
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