Quem vai à feira ou ao supermercado já sente no bolso: o preço dos alimentos sobe de forma constante, afetando o dia a dia de milhões de brasileiros. Em 2025, esse fenômeno atingiu proporções preocupantes, com as compras de supermercado comprometendo cerca de 25% da renda das famílias, especialmente daquelas com menor poder aquisitivo.
A escalada dos preços não é um evento isolado. Ela é fruto de uma combinação de fatores econômicos, financeiros e sociais que vêm se acumulando nos últimos anos. Desde a pandemia, o varejo de alimentos passou por um período de crescimento acelerado, às custas de maior endividamento das empresas e das famílias, gerando um ambiente de instabilidade que agora reflete diretamente nos preços.
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A Espiral Inflacionária no Varejo de Alimentos
Durante 2020 e 2021, o varejo de alimentos experimentou um forte crescimento. Entretanto, esse avanço veio acompanhado de altos níveis de alavancagem financeira. Muitas redes expandiram suas operações assumindo dívidas, e com a alta das taxas de juros e o custo de financiamento mais elevado, a lucratividade do setor foi pressionada.
Com a desaceleração da inflação em 2022 e 2023, o crescimento das vendas perdeu fôlego. No entanto, a partir de 2024, a inflação dos alimentos voltou a acelerar, principalmente nos itens de consumo básico. Essa retomada da alta de preços, contudo, não foi acompanhada por um crescimento proporcional dos volumes vendidos, evidenciando uma demanda mais sensível aos preços.
Em 2024, segundo dados da ABRAS, o setor de supermercados movimentou R$ 1,06 trilhão, o que representa 9,1% do PIB brasileiro. Um número expressivo, mas que revela também o peso cada vez maior dos alimentos no orçamento das famílias.
Inflação dos Alimentos em 2025: Realidade e Perspectivas
A inflação de alimentos e bebidas acumulada em 2024 foi de 6,4%, superando com folga o índice geral do IPCA, que ficou em 4,3%. E o cenário piorou: em março de 2025, a inflação dos alimentos e bebidas nos últimos 12 meses atingiu 7,7%.
O preço dos alimentos sobe e o causa impacto direto na mesa do brasileiro. Com alimentos mais caros, famílias de baixa renda precisam destinar uma parcela ainda maior de seus rendimentos para a compra de produtos básicos. Segundo o IBGE, a categoria “alimentação em casa” é uma das que mais pressionam o orçamento das camadas mais vulneráveis.
Comportamento de Consumo e Mudanças nos Supermercados
Outro reflexo do aumento do preço dos alimentos é a mudança de comportamento do consumidor. De acordo com a ABRAS, houve um crescimento expressivo no uso do Pix como meio de pagamento, que saltou 192,8% em 2024. Isso demonstra a busca por formas mais ágeis e baratas de realizar as compras, além de uma adaptação à nova realidade econômica.
As vendas em lojas de atacarejo também ganharam destaque, com redes como Assaí, Grupo Mateus e Carrefour ampliando suas operações para tentar conquistar um consumidor mais sensível a preços. As margens apertadas forçaram as redes a buscar eficiência e volume para compensar o aumento dos custos.
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Consolidação do Setor e Desafios para 2025
O mercado de supermercados está cada vez mais concentrado. Em 2024, os 10 maiores varejistas foram responsáveis por 32% das vendas do setor, segundo a ABRAS. Essa consolidação tende a se intensificar, pois empresas maiores conseguem negociar melhores condições com fornecedores e repassar menos aumentos de custo aos consumidores.
Ainda assim, a competição é acirrada, especialmente no segmento de cash&carry. Em muitas cidades, lojas de diferentes redes estão localizadas a poucos quilômetros umas das outras, disputando o mesmo público.
Impactos no Bolso das Famílias Brasileiras
A realidade é dura: com o preço dos alimentos subindo de forma persistente, muitas famílias têm precisado fazer escolhas difíceis. Substituir marcas, reduzir a variedade de itens no carrinho e buscar promoções se tornaram estratégias obrigatórias.
Os dados mostram que a cesta de compras das famílias está mudando, com maior participação de produtos básicos e menor consumo de itens considerados supérfluos ou de maior valor agregado. Essa tendência tende a continuar enquanto o preço dos alimentos sobe e a renda não cresce no mesmo ritmo.
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Preço dos alimentos sobe: O Que Esperar?
Infelizmente, o cenário não indica uma reversão rápida. Pressões de custo, climas adversos que afetam a safra e a instabilidade econômica global devem manter o preço dos alimentos em patamares elevados. Para o consumidor, planejamento financeiro e busca por alternativas mais baratas seguirão como aliados.
Entender essa dinâmica é essencial para enfrentar o atual contexto. E aqui, seguimos atentos para trazer informações que ajudem você a navegar por esse cenário com mais segurança e consciência.
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