No acumulado do ano, Petrobras e bancos, notadamente Itaú, Banco do Brasil e BTG Pactual, foram os principais impulsionadores do IBOV, contribuindo com 74% da performance total, apesar de representarem apenas 32% do índice. Isso significa que um terço do peso do IBOV foi responsável por quase três vezes mais pontos do que os dois terços restantes. Se excluirmos as ações PETR4 e PETR3, o IBOV teria subido 9 mil pontos, equivalente a um aumento de 8%.
Os investidores têm favorecido ações de empresas maiores e mais líquidas, impulsionando o mercado em novembro. Contudo, há setores e ações que estão atrás do índice e que podem se recuperar se os riscos fiscais/políticos diminuírem e as taxas de juros locais de longo prazo caírem. Em um cenário mais positivo, empresas de capital intensivo e ações com perfil de geração de caixa a longo prazo podem apresentar um desempenho mais forte.
Ao analisar diferentes cenários, considerando premissas diversas para inflação de longo prazo, taxas de juros reais de longo prazo e crescimento real do PIB, observa-se que as ações brasileiras estão atualmente subvalorizadas. Melhorias nas taxas de juros reais de longo prazo ou nas perspectivas de crescimento do PIB podem gerar retornos significativos. Por exemplo, um cenário com taxas de juros de longo prazo de 4,5%, crescimento do PIB de 2% e inflação de 3,5% apontaria para um P/L justo de 11,5x, resultando em um Ibovespa atingindo 147 mil pontos, representando um aumento de 17%.