Assim como ontem, essa sequência somente encontra paralelo nos primeiros meses de 1984. Caso o Ibovespa permaneça no vermelho amanhã, estaremos diante de um cenário sem precedentes.
Hoje foi um dia tumultuado para a Eletrobras (ELET3). A empresa enfrentou uma série de adversidades desde o início do dia. O país vivenciou o maior apagão desde 2009, época em que a Eletrobras ainda era uma empresa estatal. A demora em resolver o problema intensificou as acusações políticas relacionadas à sua capitalização. Simultaneamente, o CEO da companhia pediu demissão e foi substituído, o que pegou o mercado de surpresa. Como resultado desses eventos, as ações encerraram o dia com uma queda de 3,6%.
No entanto, não foi apenas a Eletrobras que enfrentou um dia difícil. A Gol (GOLL4) sofreu uma queda vertiginosa de 12,5%, devido à expectativa de uma diluição massiva de capital que impactaria os acionistas minoritários, além de uma revisão negativa de recomendação. A Azul (AZUL4) também foi afetada e teve uma queda de 6,6%.
Enquanto os balanços do segundo trimestre de 2023 estão entrando na reta final, a atenção se voltou para a Magazine Luiza (MGLU3). A varejista chegou a experimentar uma queda de mais de 10% pela manhã, pois o balanço do segundo trimestre não foi tão animador quanto o esperado. No entanto, ela conseguiu se recuperar no final do dia, fechando com uma queda de “apenas” 2,4%. O mesmo cenário ocorreu com a Via (VIIA3), que chegou a ter uma queda de quase 10%, mas conseguiu encerrar o dia com uma queda de 1,7%.
O volume de balanços divulgados se intensificou, com ações fora do Ibovespa ganhando destaque. A Sequoia (SEQL3) sofreu uma queda de 14,7%, enquanto a Ambipar (AMBP3) disparou com um aumento de 13,25%.
No índice, a Vale (VALE3) registrou perdas no final do pregão, encerrando com uma queda de 1%. Essa queda foi influenciada pelos dados decepcionantes da economia chinesa, cuja desaceleração impactou diretamente os preços do minério de ferro e, por consequência, os mercados globais.
Por outro lado, o IRB (IRBR3) conseguiu reverter prejuízos e apresentar lucro no trimestre. O CEO da empresa demonstrou otimismo com a recuperação, mas as ações só conseguiram se recuperar no final do pregão, fechando com um aumento de 2,29%, após terem estado em queda durante o dia.
Contudo, o nome que mais se destacou no dia foi a Petrobras (PETR4), que surpreendeu ao anunciar um aumento mais expressivo do que o esperado nos preços da gasolina e do diesel. Isso impulsionou as ações da empresa em mais de 4%, embora a alta tenha se modificado para 0,9% no fechamento.
Infelizmente, a trajetória do Ibovespa não foi positiva. Nem mesmo o aumento nas ações da Petrobras foi suficiente para reverter o cenário. A estatal desidratou seus ganhos no final do pregão, resultando no 11º pregão consecutivo de quedas para o principal índice brasileiro. O Ibovespa encerrou o dia com uma queda preliminar de 0,47%, atingindo os 116,2 mil pontos.
A bolsa brasileira está enfrentando dificuldades em encontrar soluções neste agosto conturbado. Essa situação também se reflete no cenário internacional, já que Wall Street registrou quedas superiores a 1% em seus principais índices, com a tensão no sistema bancário ainda gerando apreensões entre os investidores.