Você já parou para pensar como uma decisão política lá de fora pode causar turbulência no seu dia a dia como investidor? Pois foi exatamente isso que aconteceu com o novo tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump. E olha só: quem está apontando um erro grosseiro de cálculo nessa história nem são os críticos de sempre, mas o American Enterprise Institute (AEI), um think tank conservador dos Estados Unidos. Isso mesmo — aliados ideológicos estão soando o alarme.
Vamos conversar sobre o que está por trás dessa matemática que pode desencadear um terremoto econômico. Porque sim, essa história é muito maior do que uma fórmula mal feita.
A fórmula de Trump que gerou caos nos mercados
O novo plano de tarifas dos EUA propõe o seguinte: uma taxa base de 10% sobre todos os produtos importados — de todos os países. E, em seguida, uma sobretaxa calculada com base na balança comercial. Mais precisamente: a metade do déficit comercial dos EUA com o país dividido pelo total de importações daquele mesmo país.
Ficou confuso? Você não está sozinho. Até mesmo os economistas do AEI disseram que a conta é, no mínimo, simplista. E mais: ela ignora aspectos básicos da economia, como os fluxos de capital, cadeias de suprimentos e vantagens competitivas. Resultado? Um cálculo que infla artificialmente as tarifas.
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O erro técnico que muda tudo
Vamos a um exemplo prático. No caso da China, os EUA têm um déficit comercial de US$ 295 bilhões. Dividindo isso pelas importações chinesas (US$ 438 bilhões), o número salta para 67%. Metade disso, arredondando para cima, dá os 34% de tarifa aplicados aos produtos chineses.
Só que, segundo os economistas Kevin Corinth e Stan Veuger, do AEI, esse número está errado. O problema está em usar o preço final de varejo como base, e não o preço de importação. Isso quadruplica o resultado final da conta. Se o cálculo fosse feito corretamente, nenhuma tarifa ultrapassaria os 14%.
Críticas de todos os lados — e o governo reage
A reação à fórmula foi imediata. Houve quem dissesse que parecia uma “conta de padaria” — e outros ainda defenderam que isso era uma ofensa… aos padeiros. A secretária de Agricultura, Brooke Rollins, tentou desviar o foco dizendo que o AEI estava virando “esquerda radical”.
Mas, convenhamos, quando até os aliados ideológicos estão dizendo que tem algo errado, é sinal de alerta real.
A resposta dos mercados e da população
Não foi só o AEI que criticou. O mercado respondeu de forma clara: com queda generalizada nas bolsas. O S&P 500 despencou mais de 3%, o índice de Hong Kong caiu 13% — o pior desempenho desde 1997 — e o Dow Jones teve sua pior queda desde 2020.
Nas ruas, os protestos tomaram conta de cidades como Washington, Nova York e Chicago. Enquanto isso, Trump reforçava seu discurso: “Um dia vocês vão entender que isso é lindo”, disse ele nas redes sociais. Difícil, né?
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Por que isso importa para você?
Vamos ser diretos: o erro de cálculo de Donald Trump afeta você. Quando os EUA aplicam tarifas sem critério técnico, o impacto atinge toda a cadeia global. Os preços sobem, o comércio desacelera e a inflação pode sair do controle. O risco agora é de stagflação, um dos piores cenários para a economia: baixo crescimento com preços em alta.
E não para por aí. O Goldman Sachs já elevou a chance de recessão nos EUA para 45%. Analistas avaliam que o impacto nas cadeias de produção e no comércio global pode ser profundo.
Quando a conta não fecha, todos pagam
Se você investe, importa ou exporta, ou apenas quer proteger seu patrimônio, preste atenção nesse ponto: tarifas mal calculadas não são só erro técnico — são um risco sistêmico. E quando isso vem do maior player da economia global, o efeito dominó é certo.
E mais: se até o American Enterprise Institute, que costuma apoiar políticas conservadoras, está dizendo que o erro é grave, talvez seja hora de todos — inclusive o governo norte-americano — recalcularem a rota.