As recentes chuvas que assolam o Rio Grande do Sul desde o início desta semana têm deixado um rastro de destruição em mais de 250 cidades, afetando pelo menos 350 mil moradores. Relatos de mortes, desaparecimentos e danos a propriedades e veículos têm sido registrados, lançando a região em uma crise humanitária.
Após o término das chuvas e a diminuição dos níveis de água, a preocupação agora se volta para a contabilização dos prejuízos. No mercado de seguros, é esperado um aumento significativo no volume de notificações de sinistros, à medida que os residentes buscam indenizações por danos aos bens segurados.
No entanto, nem todos os seguros automotivos cobrem danos causados por chuvas e desastres naturais. Geralmente, apenas os seguros compreensivos oferecem essa cobertura abrangente, que inclui proteção contra enchentes, alagamentos, quedas de árvores e granizo, entre outros eventos climáticos.
Diante desse cenário, muitos proprietários de veículos estão buscando entender se seus seguros contemplam esses tipos de danos. A advogada Deborah Schalch, do Schalch Sociedade de Advogados, destaca a importância de revisar atentamente o contrato de apólice do seguro contratado para verificar a cobertura oferecida.
“A pessoa que sofreu o prejuízo precisa checar na apólice se é coberto ou se está como risco excluído. Para isso, pode conversar com o corretor ou diretamente acionar o sinistro da seguradora”, explica Deborah.
Os principais tipos de seguro para veículos disponíveis no mercado incluem:
- Seguro de Acidentes Pessoais e Passageiros: Protege condutores e passageiros em casos de acidentes, oferecendo cobertura para despesas médicas, invalidez ou morte.
- Seguro Auto: Garante proteção ao veículo em situações como roubo, colisão, danos por amassados, arranhões e incêndios.
- Seguro contra Terceiros: Indeniza prejuízos causados a outras pessoas e veículos pelo condutor segurado em caso de acidente.
- Seguro Compreensivo: Abrange uma ampla gama de situações, incluindo proteções contra desastres naturais, como enchentes, alagamentos e quedas de árvores, além dos benefícios oferecidos pelos outros tipos de seguro auto.
Além disso, é fundamental observar o prazo para notificar a seguradora sobre o sinistro, que geralmente é de até um ano após a ocorrência do incidente. No entanto, é importante ressaltar que a seguradora realizará uma perícia para avaliar as circunstâncias do sinistro e garantir que não houve negligência ou má-fé por parte do segurado.
Nesse contexto, as seguradoras têm desempenhado um papel fundamental na assistência à população afetada. A Allianz Seguros, por exemplo, reforçou sua estrutura de atendimento nas regiões impactadas, mantendo equipes de assistência 24 horas desde o dia 27 de abril. Da mesma forma, a Tokio Marine tem priorizado o atendimento aos clientes por meio de equipes especializadas em contato direto com corretores locais, utilizando aplicativos de mensagens para identificar casos que demandam intervenção imediata e garantir o pagamento ágil de indenizações.
A Bradesco Seguros, por sua vez, mobilizou guinchos e carros de apoio em cidades como Santa Cruz do Sul, São Leopoldo, Caxias do Sul e Porto Alegre, reforçando sua equipe para atendimento emergencial. Carlos Oliva, superintendente de operações da Bradesco Seguros, destaca a Operação Emergencial realizada desde 2015, destinada a garantir o melhor atendimento possível aos segurados em situações críticas.
Já a Mapfre adotou medidas como o atendimento prioritário aos clientes afetados, com a implementação de um sistema de troca de informações em tempo real para agilizar a identificação de sinistros. Além disso, a seguradora flexibilizou algumas regras de reembolso para garantir uma resposta rápida às necessidades dos segurados.
Neste momento de crise, a presença e o apoio das seguradoras se tornam essenciais para auxiliar na recuperação das comunidades afetadas pelas chuvas devastadoras no Rio Grande do Sul.