A criptografia simétrica, em sua essência, permite que emissor e destinatário utilizem a mesma chave para codificar e decodificar mensagens, o que garante uma comunicação rápida e eficiente. No entanto, essa aparente simplicidade esconde riscos consideráveis, como a vulnerabilidade da chave compartilhada. Caso essa chave seja exposta, toda a segurança da comunicação é comprometida, aumentando as chances de ataques maliciosos. Essas fragilidades levaram ao surgimento da criptografia assimétrica, uma solução revolucionária que transformou a segurança digital.
A criptografia simétrica não teria problemas se ambos guardassem o mais restrito sigilo da chave criptográfica. Mas, na prática, há vulnerabilidades.
As duas pontas da comunicação precisam proteger as chaves, ou seja, há dois pontos de vulnerabilidade: tanto emissor quanto destinatário podem serem alvos de ações maliciosas para capturar a chave criptográfica.
Não apenas isso, se o volume de comunicação usando a mesma chave for grande, haverá dados suficientes para a inferência da chave por pura força bruta de descodificação computacional. Lembrando que, em geral, a mensagem criptografada é “oculta a céu aberto”, navegando pelos meios usuais. É como uma carta, todos veem o envelope, mas não o conteúdo. Algoritmos de descodificação podem “tentar passar o envelope no vapor” para que este se torne transparente, ie, a chave seja descoberta e o conteúdo lido.
Outro problema nada desprezível é a escala. Se a comunicação tiver vários destinatários, cada um deles terá a mesma chave, aumentando a chance de vazamentos. Pior, como a chave é igual, uma vez vazada a chave que decodifica, ela pode ser usada para codificar, com todas as consequências ofensivas e de disrupção que terceiros mal-intencionados podem provocar na cadeia de comunicação segura, inserindo até mesmo mensagens falsas.
Imagine, por exemplo, que o carteiro, ao invés de colocar a carta na sua caixa de correio, tivesse uma cópia da chave da caixa, abrisse-a e colocasse diretamente as cartas ali. Seria um bom sistema para garantir a confiabilidade, apenas o carteiro colocaria cartas legítimas na sua caixa postal. Mas se o carteiro fosse roubado? Não apenas o ladrão teria acesso a sua correspondência, mas poderia colocar falsas cartas com presunção de legitimidade.
Diante destes motivos nada desprezíveis, a criptografia simétrica caiu em desuso. É uma técnica, contudo, que deve ser aprendida para a compreensão mais básica de comunicação criptográfica.
Uma inovação revolucionária nos algoritmos matemáticos surgiu, eliminando os problemas da criptografia simétrica, que é chamada naturalmente de criptografia “As”simétrica. Ou seja, uma criptografia em que as chaves de emissor e destinatário são diferentes.
É a criptografia assimétrica que gerou a confiabilidade e a revolução de assinaturas e moedas digitais.