Haddad apresenta compensação do IOF a Lula: ‘Só atinge donos de cobertura’

Compensação do IOF: medidas tributárias miram alta renda e prometem aliviar impacto no mercado.
compensação do IOF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou nesta terça-feira (10) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um pacote robusto de medidas fiscais com o objetivo de compensar a revogação do recente aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). As ações, segundo o próprio ministro, focam na alta renda e miram estruturas que atualmente usufruem de isenções tributárias. A estratégia também visa preservar a trajetória fiscal do e evitar impactos negativos sobre a população de baixa e média renda. A compensação do IOF tem sido apresentada como um esforço de justiça tributária, priorizando a arrecadação em setores com maior capacidade contributiva.

Encontro com Lula e alinhamento político

Haddad relatou que o presidente Lula recebeu com entusiasmo as propostas, que foram previamente discutidas em reunião com lideranças do Congresso. Realizado no último domingo (8), o encontro contou com a presença dos presidentes da Câmara e do Senado, além de líderes das bancadas governistas. O ministro afirmou que a reunião foi “histórica” e destacou a receptividade de Lula, que entendeu as medidas como justas e necessárias.

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“Foi uma conversa de cinco horas, todos com muita calma explicando a necessidade dessas medidas. Não afetam o dia a dia da população, afetam os andares superiores, a cobertura do edifício, que não paga condomínio”, disse Haddad.

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Estrutura do pacote de compensação do IOF

Entre as principais medidas está a tributação de 5% sobre rendimentos de investimentos que hoje são isentos, como:

Esses instrumentos, segundo Haddad, causavam distorções no mercado ao serem completamente isentos enquanto outros ativos similares eram tributados. A nova alíquota tem como objetivo equilibrar o sistema e tornar a concorrência entre produtos mais justa. A compensação do IOF nesse contexto torna-se um fator de equilíbrio entre diferentes segmentos do mercado.

Além disso, o governo propôs uma alíquota unificada de 17,5% para todas as aplicações financeiras, encerrando o modelo atual de tributação regressiva, em que a alíquota varia conforme o prazo da aplicação. A mudança afetará investimentos em renda fixa e variável, mas não incidirá sobre produtos incentivados.

Outra mudança relevante é o aumento da alíquota sobre os Juros sobre Capital Próprio (JCP), que passa de 15% para 20%. Segundo Haddad, essa mudança foi sugerida por parlamentares durante as negociações como uma forma de ampliar a justiça fiscal.

Efeitos esperados nas contas públicas e economia

O governo estima que a arrecadação gerada por essas medidas será suficiente para neutralizar os efeitos da correção no decreto que aumentava o IOF sobre operações com risco sacado. A expectativa é que a combinação de ações mantenha o equilíbrio fiscal e permita o cumprimento das metas estabelecidas para 2025 e 2026. A compensação do IOF, nesse sentido, é vista como uma medida de estabilidade macroeconômica.

“As medidas fortalecem nossa trajetória fiscal, permitem reduzir a taxa de juros, ajudam a baixar o dólar e incentivam a confiança na brasileira”, disse Haddad.

O ministro também associou as medidas ao IPCA divulgado no mesmo dia, que veio abaixo das expectativas do mercado. Segundo ele, isso reflete a confiança dos agentes econômicos no compromisso do governo com o controle da inflação.

Justiça tributária e impacto social

Haddad enfatizou que as mudanças não afetam os trabalhadores comuns, mas sim os grandes . “Não se trata de penalizar quem trabalha, mas de ajustar isenções que não fazem mais sentido. É uma agenda de justiça tributária”, afirmou.

O ministro comparou a proposta com a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, defendendo que os que ganham mais devem contribuir de forma proporcional à sua renda. Segundo ele, essa lógica de compensação entre isenções e taxações progressivas será uma constante nas reformas tributárias do governo. A compensação do IOF é apenas o primeiro passo dentro dessa estratégia mais ampla de reequilíbrio fiscal.

Reações do Congresso e cenário político

Apesar do otimismo da equipe econômica, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, foi cauteloso ao declarar que não há compromisso firmado com a aprovação das propostas. Para Haddad, essa postura representa prudência e respeito às bancadas, que ainda precisam avaliar os textos formais.

“Ele não está errado em ser prudente. Nenhuma medida nossa foi aprovada sem diálogo e ajustes. E isso é próprio da democracia. O importante é que haja disposição para discutir”, declarou o ministro.

Desde o início do governo, todas as propostas da Fazenda foram negociadas com o Congresso e, quando aprovadas, passaram por adaptações. “A modulação faz parte do processo legislativo. Isso não é uma derrota, é construção democrática”, disse.

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Alinhamento com metas fiscais e confiança no futuro

Ao finalizar sua fala, Haddad ressaltou a importância de seguir perseguindo metas fiscais rigorosas para garantir o crescimento sustentável da economia brasileira. Ele acredita que a credibilidade conquistada com essas medidas será fundamental para atrair investimentos e manter o crescimento médio do PIB acima de 3%.

“Nosso objetivo é garantir equilíbrio, promover justiça e oferecer previsibilidade ao mercado. Essa combinação fortalece o país internamente e nos posiciona melhor no cenário global”, concluiu.

Com isso, a compensação do IOF passa a ser um eixo central da estratégia econômica do governo. Além de garantir previsibilidade fiscal, a medida ajuda a alinhar o sistema tributário às melhores práticas internacionais, reforçando o compromisso com um modelo mais equitativo de arrecadação.

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