Haddad atribui recente alta do dólar a “muitos ruídos”

Dólar atinge R$ 5,65; Ministro destaca a necessidade de melhorar a divulgação dos Resultados Econômicos

Nesta segunda-feira (1º de julho de 2024), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que a alta recente do em relação ao real se deve a “muitos ruídos”. A moeda norte-americana fechou em R$ 5,65, atingindo o maior nível em dois anos e meio, o que superou a valorização do dólar em relação a outras moedas de países emergentes. Haddad enfatizou a necessidade de melhorar a comunicação dos econômicos do governo para conter a desvalorização do real.

“Atribuo [a alta do dólar] a muitos ruídos. Eu já falei isso no Conselhão [reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, na última quinta-feira (27)], precisa comunicar melhor os resultados econômicos que o país está atingindo”, afirmou o ministro.

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Haddad reconheceu que o dólar subiu mais em relação ao real do que em comparação com outras moedas emergentes, como as da Colômbia, Chile e México. No entanto, ele não especificou quais ruídos têm causado a desvalorização do real.

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Expectativas de Estabilização

O ministro da Fazenda expressou otimismo quanto à estabilização do dólar nas próximas semanas. “Vai acomodar, porque a hora em que esses processos se desdobrarem, isso tende a reverter, na minha opinião”, declarou Haddad. Ele também ressaltou que a decisão sobre uma possível intervenção no câmbio cabe exclusivamente ao .

Haddad destacou uma notícia positiva: o resultado da arrecadação de junho, que veio acima do previsto, mesmo com o impacto das enchentes no . “Estamos no sexto mês de boas notícias na atividade econômica e na arrecadação. Vocês vão lembrar que era uma [estimativa de] arrecadação que foi colocada num patamar muito desafiador”, afirmou o ministro.

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Corte de Gastos e Orçamento

Parte da alta do dólar está relacionada à expectativa do mercado financeiro sobre o anúncio de medidas de corte de gastos para o Orçamento de 2025 e do contingenciamento de verbas públicas para o Orçamento deste ano. Haddad informou que se reunirá com o presidente Luiz Inácio da Silva na quarta-feira (3) para discutir esses temas. O Orçamento de 2025 será enviado ao Congresso em 30 de agosto.

“O presidente tem um compromisso de não ferir direitos. E esse compromisso vai ser respeitado pela equipe econômica. Nós entendemos perfeitamente a preocupação dele e por isso que nós não estamos nos atendo a um item e estamos fazendo um diagnóstico geral das questões que precisam ser enfrentadas”, justificou Haddad.

Segundo o ministro, a equipe econômica está otimista em relação ao Orçamento de 2025 e confiante de que enviará ao Congresso um projeto equilibrado entre receitas e despesas.

Contingenciamento de Verbas

Haddad mencionou que o governo bloqueará a quantia necessária para cumprir o arcabouço fiscal, que prevê uma meta de déficit primário zero, com margem de tolerância de R$ 28,8 bilhões. “Temos um arcabouço fiscal que tem que ser cumprido. Então, ele vai ser do tamanho necessário para que nossas metas sejam atingidas, tanto do ponto de vista da despesa, que tem um teto [de gastos], quanto do ponto de vista da receita, para que nós nos aproximemos dentro da banda da meta de 2024. É o nosso esforço”, declarou.

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Reforma Tributária

Haddad informou que a equipe econômica concluiu, nesta segunda-feira, o , que será anunciado na quarta-feira, e ajustou possíveis mudanças no projeto que regulamenta a reforma tributária sobre o consumo. Deputados do grupo de trabalho da Câmara sobre a reforma se reuniram com o ministro e propuseram a inclusão de itens como sal e carne na cesta básica desonerada, em troca de um eventual aumento na tributação sobre apostas.

O secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, passará aos parlamentares os impactos que a inclusão de cada produto na cesta básica com alíquota zero terá na alíquota-padrão do futuro Imposto sobre Valor Adicionado (IVA). Pelo texto original do governo, ela ficaria em 26,5%, mas pode aumentar caso o Congresso decida incluir exceções.

“Isso foi discutido e o Appy ficou de passar para eles o impacto de cada excepcionalidade. Do mesmo jeito que nós fizemos com a PEC [proposta de emenda à Constituição] da reforma tributária. A cada proposta, temos um modelo que funciona, funcionou bem na PEC e funcionará bem na regulamentação”, concluiu Haddad.

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