No cenário atual, entender a melhor alocação de capital não é apenas uma questão de buscar bons retornos — é, antes de tudo, uma estratégia de sobrevivência financeira. É isso que aponta o relatório mais recente do BTG Pactual Macro Strategy, ao detalhar os principais riscos e oportunidades para investidores em maio de 2025.
Alocação de capital em tempos de inflação persistente
Se o nome do jogo é inflação, o movimento dos bancos centrais precisa ser acompanhado de perto. O documento destaca que a inflação segue desancorada, tanto globalmente quanto no Brasil. Nos Estados Unidos, as tarifas comerciais anunciadas por Donald Trump geraram efeito contrário ao desejado: dólar fraco, S&P500 em queda e maior pressão inflacionária doméstica. Isso, por tabela, abriu espaço para as moedas emergentes respirarem.
No Brasil, o cenário também exige cautela. O Banco Central enfrenta o dilema entre controlar a inflação e manter o crescimento econômico. Com o IPCA ainda acima da meta e a atividade pressionada pelo consumo interno estimulado por FGTS e crédito, o relatório avalia que o hiato do produto está subestimado e o juro neutro é mais alto do que o estimado oficialmente, talvez em torno de 6,0%.
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BTG ajusta suas carteiras e dá peso à inflação e ao longo prazo
Diante disso, o BTG Pactual ajustou a estratégia de alocação de capital, elevando a exposição a títulos indexados à inflação (IPCA+) com vencimentos mais longos. Essa mudança reflete o entendimento de que, com o fim do ciclo de alta de juros se aproximando, esses ativos devem ter desempenho superior ao CDI nos 12 meses seguintes.
Outra alteração relevante é a redução da exposição a pós-fixados, que voltaram ao nível neutro nas carteiras. Embora o CDI continue elevado, a expectativa de manutenção da taxa Selic sugere que o ganho extra nesses ativos tende a se reduzir. Já os prefixados foram levemente diminuídos, após bom desempenho recente.
Ações e alternativos: otimismo cauteloso
Mesmo com a boa performance da bolsa brasileira em 2025 — destaque para small caps e setor de consumo —, o BTG ainda recomenda subalocação em renda variável. Isso porque o cenário macro ainda carrega incertezas: crescimento baixo, inflação resistente e juros elevados prejudicam o lucro e o valuation das empresas, principalmente as mais expostas ao mercado doméstico.
Nos alternativos, como fundos imobiliários e criptoativos, a visão também é de cautela. Apesar de retornos pontuais, o banco prefere manter espaço em ativos com maior visibilidade de retorno e menor correlação com os riscos políticos e fiscais.
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A hora de reavaliar riscos e oportunidades
O relatório é claro: quem não reavaliar sua alocação de capital com base nos fundamentos atuais corre o risco de perder valor — e não apenas deixar de ganhar. As projeções de inflação seguem elevadas (5,7% para 2025), e a Selic pode parar de subir, mas ainda se manterá em níveis historicamente altos (acima de 12%).
O investidor, portanto, precisa buscar proteção e retorno real. Ativos indexados à inflação continuam sendo uma escolha lógica. Mas também é momento de avaliar diversificação inteligente, inclusive com ativos internacionais e estratégias de retorno absoluto, especialmente para quem tem perfil mais sofisticado.
Disciplina e estratégia na alocação de capital
Se há um recado claro nesta carta do BTG é: a alocação de capital, hoje, exige muito mais do que seguir o fluxo. Exige estratégia, leitura macroeconômica e capacidade de ajustar a rota conforme o cenário muda. Com inflação desancorada, fiscal frágil e incerteza internacional, a disciplina na alocação pode fazer toda a diferença para preservar patrimônio e capturar oportunidades reais.
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