O Google volta aos tribunais nesta semana para enfrentar uma das ações mais impactantes da história das big techs. Após ser considerado culpado por práticas anticompetitivas no mercado de buscas, a gigante da tecnologia agora está no centro de uma audiência decisiva nos Estados Unidos, que pode resultar na separação do navegador Chrome ou até mesmo na venda do sistema Android.
O processo, conduzido pelo juiz federal Amit Mehta, discute os remédios legais para conter o poder de mercado do Google. A audiência marca um novo capítulo no embate entre o governo americano e a Alphabet, controladora da empresa.
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Procuradora alerta: “Futuro da internet está em risco”
Durante a sessão, a procuradora-geral adjunta de antitruste, Gail Slater, afirmou:
“Está em jogo nada menos que o futuro da internet. Se o problema de conduta do Google não for resolvido, ele controlará não apenas as buscas, mas também a inteligência artificial na próxima década.”
Esse argumento embasa o pedido de intervenção estrutural. A decisão de que o Google volta aos tribunais ocorre após anos de investigação e confirma a seriedade do caso.
Contratos com Samsung sob suspeita
No depoimento à Justiça, Peter Fitzgerald, executivo do Google, admitiu que a empresa pagou bilhões de dólares à Samsung para garantir que o navegador e apps como o Gemini fossem os padrões nos celulares.
O pagamento inclui repasse de receita de anúncios e compromissos mínimos mensais. Essa prática é vista pelo governo como um meio de sufocar concorrentes e reforçar o domínio do Google no mercado digital.
Histórico: Google volta aos tribunais após decisão de 2024
A origem do processo remonta a 2020, quando o Departamento de Justiça (DoJ) acusou o Google de monopolizar o mercado de buscas online. Em agosto de 2024, o juiz Mehta declarou a empresa culpada, e agora, em 2025, o foco está nas possíveis soluções — incluindo a separação de divisões internas.
Com isso, o Google volta aos tribunais para responder às possíveis penalidades, que incluem:
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Separação do Chrome do mecanismo de busca;
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Venda ou spin-off do sistema Android;
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Fim de contratos de exclusividade com fabricantes como Samsung e Apple.
Google acusa governo de intervenção radical
O Google reagiu de forma dura. O presidente de assuntos globais da empresa, Kent Walker, afirmou:
“O DoJ está impulsionando uma agenda intervencionista radical que prejudicará os americanos e a liderança dos EUA em tecnologia.”
Ele argumenta que o modelo de negócios do Google, baseado em serviços gratuitos financiados por publicidade, seria inviabilizado caso a empresa seja obrigada a se fragmentar.
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Chrome, Android e IA: alvos centrais
Ao justificar por que o Google volta aos tribunais, o governo destacou que os acordos de pré-instalação prejudicam a concorrência em áreas sensíveis como:
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Navegação via Chrome;
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Ecossistema móvel com Android;
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Publicidade digital e personalização de anúncios;
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Inteligência artificial generativa, por meio do app Gemini.
A acusação defende que a empresa utiliza sua posição dominante em um serviço para forçar o uso de outros — o chamado “efeito alavanca”.
Efeito global: precedentes para outras big techs
Com o fato de que o Google volta aos tribunais por causa de sua estrutura integrada, outras empresas como Amazon, Meta e Apple observam com atenção o desfecho do caso. A decisão pode servir de base para futuras ações regulatórias nos EUA, Europa e até na Ásia.
Inteligência artificial também entra no foco
Além dos serviços clássicos, a inteligência artificial está sob o radar. O Gemini, modelo de IA do Google, foi pré-instalado em milhões de dispositivos por meio dos acordos com a Samsung.
A presença dominante em IA levanta o receio de que o Google repita o modelo de dominação que aplicou em navegadores e buscas, o que reforça o argumento do governo de que a empresa precisa ser dividida para garantir competição justa.
Possível impacto financeiro e estrutural
Especialistas estimam que uma eventual divisão forçada do Google poderia reduzir seu valor de mercado em até 20%, dependendo da forma como os ativos forem segregados.
Isso levanta questionamentos sobre os efeitos colaterais no setor de tecnologia, nos investimentos em inovação e na própria oferta de serviços gratuitos — muitos dos quais dependem da escala de dados e da receita de publicidade digital.
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Google volta aos tribunais e pode redefinir o futuro digital
O fato de que o Google volta aos tribunais marca um divisor de águas na regulação das plataformas digitais. O julgamento pode não apenas redefinir o futuro da empresa, como também mudar o funcionamento da internet moderna.
A decisão, prevista para os próximos meses, terá impacto direto sobre bilhões de usuários em todo o mundo — e sobre o equilíbrio entre inovação, privacidade e concorrência.