Os resultados do 1T25 da Tesla decepcionaram analistas e investidores ao apresentar queda de 66% no lucro operacional e recuo de 9% na receita total. A empresa, liderada por Elon Musk, enfrentou diversos desafios no primeiro trimestre de 2025, incluindo paralisações nas fábricas, redução no volume de entregas e ambiente macroeconômico desfavorável.
A receita total da Tesla ficou em US$ 19,3 bilhões, abaixo do consenso de mercado e 9% menor que no mesmo período do ano anterior. A divisão automotiva, principal geradora de receitas da companhia, caiu 20% a/a, totalizando US$ 14 bilhões.
Queda nas entregas pesa sobre os resultados do 1T25 da Tesla
A montadora entregou 336.681 veículos no 1T25, o que representa uma queda de 13% em relação ao mesmo período do ano anterior. A produção de veículos também foi afetada, caindo 16% a/a para 362.615 unidades. O motivo: reestruturações nas linhas de montagem para o novo Model Y, que levaram a interrupções temporárias nas operações das quatro fábricas globais da Tesla.
Modelos como Model 3/Y registraram 323.800 entregas (queda de 12% a/a), enquanto os modelos de maior valor agregado — Model S/X e Cybertruck — somaram apenas 12.881 unidades, queda de 24% na comparação anual.
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Lucratividade em queda marca os resultados do 1T25 da Tesla
Um dos principais alertas nos resultados do 1T25 da Tesla foi a forte contração de margens. O lucro operacional caiu 66%, ficando em US$ 399 milhões. A margem operacional retraiu-se para 2,1%, enquanto a margem bruta ficou em 16,3%, 104 pontos-base abaixo do registrado no 1T24.
O lucro líquido (GAAP) foi de US$ 409 milhões, consideravelmente abaixo dos US$ 2,13 bilhões do trimestre anterior. O lucro por ação diluído (GAAP) ficou em US$ 0,12, enquanto o ajustado foi de US$ 0,27 — ambos inferiores às projeções dos analistas.
Mesmo o fluxo de caixa livre, que atingiu US$ 664 milhões, foi considerado abaixo do ideal, embora tenha melhorado em relação ao fluxo negativo registrado no 1T24.
Energia e serviços são destaque nos resultados do 1T25 da Tesla
Apesar da fraqueza na área automotiva, os resultados do 1T25 da Tesla mostraram bons números nos segmentos de energia e serviços. A receita com energia e armazenamento cresceu 67% a/a, totalizando US$ 2,7 bilhões. A Tesla teve recorde de implantação de Powerwalls e enviou os primeiros 100 Megapacks da fábrica de Xangai.
A receita de Serviços e Outros aumentou 15% a/a, impulsionada por crescimento das estações de recarga e melhora na margem de serviços de manutenção. Esses segmentos ajudam a diversificar o portfólio da Tesla e amenizar os impactos do desempenho mais fraco no setor automotivo.
Perspectivas: Tesla mantém aposta em IA e novos modelos
Mesmo com a performance abaixo do esperado, os resultados do 1T25 da Tesla não alteraram seus principais planos estratégicos. A empresa reafirmou a previsão de lançar veículos mais acessíveis no primeiro semestre de 2025 e iniciar a operação do Robotáxi em 2026.
Além disso, a Tesla segue investindo fortemente em inteligência artificial, com foco na direção autônoma. O sistema FSD supervisionado, testado recentemente na China, é visto como um passo relevante na corrida pela liderança em mobilidade autônoma.
Desafios externos e concorrência chinesa ganham destaque
Os resultados do 1T25 da Tesla também refletem o impacto de fatores externos, como a guerra comercial entre EUA e China, aumento das tarifas sobre veículos e queda no consumo em mercados emergentes. A concorrência de montadoras chinesas como BYD e NIO também pressiona a Tesla, principalmente nos segmentos de entrada.
O ambiente competitivo e as tensões geopolíticas representam riscos adicionais para os próximos trimestres. A administração da Tesla reconhece os desafios, mas afirma que sua base de produção global e verticalizada, além de ganhos de escala, permitem vantagem estratégica no longo prazo.
Reação do mercado e avaliação dos analistas
Com os resultados do 1T25 da Tesla, o mercado reagiu com cautela. As ações da TSLA recuam mais de 8% em abril e acumulam perda de 40% no ano. O valuation elevado — com P/L próximo de 98x — exige resultados consistentes, o que aumenta a volatilidade em caso de decepções.
Analistas consideram que o momento é de transição para a Tesla: entre a manutenção da liderança tecnológica e os ajustes operacionais exigidos pelo novo ciclo econômico e industrial. A aposta da companhia em IA, eletrificação e robotização segue como pilar de sua proposta de valor.
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Resultados do 1T25 da Tesla exigem atenção, mas estratégia permanece
Os resultados do 1T25 da Tesla representam um alerta sobre os desafios operacionais e estratégicos enfrentados pela companhia. A queda de 66% no lucro operacional e a retração nas entregas expõem vulnerabilidades importantes, mas também destacam áreas de resiliência como energia e serviços.
A Tesla precisa acelerar a retomada da produção e equilibrar seus investimentos em inovação com rentabilidade no curto prazo. A capacidade de executar seus planos para 2025 e 2026 será essencial para restaurar a confiança dos investidores e preservar sua posição no competitivo mercado global de veículos elétricos.