Já imaginou ter que trabalhar até os 78 anos para, enfim, poder se aposentar? Parece exagero, mas essa é a dura realidade apontada por um novo estudo do Banco Mundial. Se nada mudar nas regras atuais, a idade mínima para se aposentar pode subir de forma drástica nas próximas décadas. Em 2040, o limite pode chegar a 72 anos e, em 2060, a 78 anos. Sim, você não leu errado.
Essa projeção não surgiu do nada. Ela foi revelada em reportagem do jornal Valor Econômico e se baseia em dados da evolução demográfica do Brasil. O país está envelhecendo muito rápido, e a taxa de fecundidade está caindo. Ou seja: teremos mais idosos e menos pessoas em idade ativa para contribuir com a Previdência. O resultado? Um rombo crescente e um sistema que pode se tornar insustentável.
Por que a idade mínima para se aposentar pode subir tanto?
O estudo tenta manter a chamada taxa de dependência nos mesmos níveis de 2020. Essa taxa é a proporção entre idosos (65+) e pessoas em idade economicamente ativa (de 20 a 64 anos). O problema é que esse equilíbrio está se perdendo rápido demais. Para manter as contas da Previdência em ordem, aumentar a idade mínima para se aposentar passa a ser uma solução quase inevitável.
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A reforma de 2019 foi suficiente?
Você pode estar se perguntando: mas a gente já não passou por uma reforma da Previdência? Sim, em 2019. Na ocasião, a idade mínima foi fixada em 65 anos para homens e 62 para mulheres. Foi um ajuste duro, mas necessário. Acontece que o Brasil envelhece em uma velocidade muito maior que países desenvolvidos.
Para se ter uma ideia, enquanto a Europa levou cerca de 70 anos para dobrar sua taxa de dependência de 15 para 30, o Brasil deve fazer isso em apenas 23 anos. E aqui está o alerta: a reforma de 2019 foi só o começo.
Contribuição baixa também é parte do problema
Hoje, apenas 56,4% da população economicamente ativa contribui para o Regime Geral da Previdência Social (RGPS). Em outras palavras: o sistema é mantido por pouco mais da metade dos trabalhadores. Com menos gente pagando e mais gente recebendo, a conta não fecha. E mais uma vez, o resultado pode ser um novo aumento na idade mínima para se aposentar.
Quais as alternativas ao aumento da idade?
Segundo o Banco Mundial, aumentar a idade de aposentadoria não pode ser a única solução. O estudo propõe outras medidas que poderiam aliviar o sistema sem exigir que brasileiros trabalhem até quase os 80 anos:
- Aproximar a idade de aposentadoria entre homens e mulheres;
- Rever as diferenças entre trabalhadores urbanos e rurais;
- Modificar as regras para pensões por morte;
- Discutir o valor dos benefícios mínimos e contribuições especiais.
São propostas complexas, mas que podem ajudar a distribuir melhor os recursos e evitar que a idade mínima para se aposentar aumente tanto.
E quem está prestes a se aposentar?
Para quem já está próximo da aposentadoria, é importante lembrar que qualquer mudança ainda levaria tempo para ser implementada. A expectativa é que o aumento da idade mínima seja gradual e não afete diretamente quem está muito próximo de completar os requisitos atuais.
Mas para as gerações mais jovens, especialmente quem tem menos de 40 anos hoje, o impacto pode ser significativo. Se nada for feito, você pode, sim, ter que se aposentar apenas aos 78 anos.
Como se preparar para o futuro?
Diante desse cenário, o melhor caminho é buscar alternativas de planejamento financeiro que não dependam exclusivamente da Previdência Social. Investimentos de longo prazo, como previdência privada, fundos de ações e até mesmo tesouro direto, podem ser aliados importantes para garantir um futuro mais tranquilo.
O alerta está dado: se você contar apenas com o sistema atual, pode acabar se aposentando muito mais tarde do que imaginava. E com um benefício que talvez não seja suficiente.
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Um olhar para o futuro
A discussão sobre a idade mínima para se aposentar é, acima de tudo, um convite à reflexão. O modelo de Previdência que conhecemos pode não resistir à pressão demográfica. O Brasil precisa agir agora para evitar soluções extremas no futuro.
Reformas são impopulares, é verdade. Mas são necessárias. Afinal, ninguém quer trabalhar até os 78 anos. O momento de discutir alternativas, rever regras e buscar mais equidade é agora.