As ações da WEG (WEGE3) estão enfrentando um ano desafiador em 2025. Após um 2024 brilhante, a companhia decepcionou investidores ao apresentar margens mais apertadas e perspectivas de crescimento reduzidas nos Estados Unidos, principal motor de expansão nos últimos anos.
De acordo com relatório do BTG Pactual, a queda de desempenho pode ser explicada por três fatores: resultados abaixo do esperado no quarto trimestre de 2024 e no primeiro de 2025, crescimento mais lento nos EUA em função de tarifas de importação, e a valorização do real — em meio à queda dos juros — que favoreceu empresas mais expostas ao mercado interno.
Crescimento ou margem?
A WEG sempre foi reconhecida por equilibrar crescimento robusto com rentabilidade consistente. No entanto, em 2025, o mercado parece ter se frustrado com margens aquém das expectativas. O BTG argumenta que a decepção está mais ligada à rentabilidade do que ao crescimento.
Mesmo operando com margens historicamente elevadas, o fato de o mercado já ter precificado esse desempenho torna a sustentação do valuation um desafio. Para os analistas, somente a retomada da confiança no crescimento — especialmente nos EUA — poderá reacender o otimismo com as ações da WEG.
EUA como peça-chave
O desempenho da WEG sempre foi resiliente, mesmo em crises, o que justificava múltiplos elevados. No entanto, o atual ceticismo em torno do crescimento nos EUA, impulsionado por tarifas e incertezas macroeconômicas, afeta diretamente essa tese.
Segundo o BTG, os fundamentos de longo prazo permanecem sólidos, especialmente com a demanda crescente por infraestrutura energética nos EUA. Mas, para que o papel volte a subir de forma consistente, é preciso que o mercado veja sinais claros de aceleração nas receitas naquele mercado.
Margens ainda elevadas
Apesar da frustração recente, o BTG ressalta que as margens atuais da WEG são estruturalmente superiores ao período pré-pandemia. Isso é reflexo de maior eficiência nas operações internacionais, especialmente na América do Norte, e de um mix de produtos mais favorável.
Mesmo assim, os analistas projetam margem EBITDA estabilizada em torno de 22% para 2025, o que, segundo eles, já está refletido no preço atual das ações.
Perspectiva de crescimento
A expectativa do BTG é de que a companhia cresça entre 10% e 13% em 2025, incluindo aquisições. Embora esse número seja positivo, ainda está abaixo do ritmo histórico de 14% a 15% que sustentava valuations mais altos no passado.
Portanto, para que as ações da WEG (WEGE3) voltem a se valorizar, o gatilho mais potente continua sendo a confirmação de que a companhia é capaz de retomar seu crescimento acelerado — algo que será acompanhado de perto pelo mercado nos próximos trimestres.