Durante o terceiro trimestre deste ano, a Vulcabrás (VULC3) atingiu um lucro líquido de R$ 127,6 milhões, o que representa um aumento de 30,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento foi impulsionado pelo aumento de 10,2% no faturamento, atingindo R$ 731,4 milhões entre julho e setembro, marcando o décimo terceiro trimestre consecutivo de crescimento. A margem bruta atingiu 42,9%, crescendo 5,2 pontos percentuais em comparação com o trimestre correspondente de 2022. A margem Ebitda alcançou 24,2%, registrando um aumento de 4,2 pontos percentuais.
A ascensão da Vulcabras nos últimos trimestres está vinculada à decisão estratégica tomada em 2020, quando a empresa licenciou a marca Azaleia para a Grendene (GRND3), da mesma família, a fim de focar no segmento de calçados esportivos. Em 2021, incorporou a Mizuno ao seu portfólio, aumentando para três o número de marcas, que também inclui Olympikus e Under Armour.
“Ao retirar o segmento feminino do portfólio, a empresa obteve eficiência em todos os processos”, destaca Bartelle.
Esses avanços têm tido impacto positivo nas ações da empresa, que atualmente estão cotadas a R$ 17,91, refletindo um aumento de 50,5% no ano.
Para o executivo, o crescimento das margens resulta da estabilização dos custos das matérias-primas desde o ano passado, após a forte elevação no início da pandemia da Covid-19. Além disso, a estratégia de preços se beneficiou de produtos de maior valor agregado no portfólio.
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A adição da Mizuno desempenha um papel relevante nesse processo. Pela primeira vez, a marca japonesa teve uma linha desenvolvida fora do Japão, apresentando a tecnologia Response Foam. Além disso, a produção de chuteiras será iniciada no Brasil, proveniente da mesma marca.
A Olympikus é responsável por cerca de 50% das vendas da Vulcabras, seguida pela Mizuno, que corresponde a uma média de 35%, e o restante é da Under Armour. Os calçados mais acessíveis são da marca brasileira. Mesmo a linha de corrida de alta performance, chamada de Corre, possui um valor máximo de R$ 800. Já os tênis de alta performance da Mizuno podem atingir R$ 2 mil. A empresa lançou uma nova linha para a marca japonesa no Brasil, focada em um público intermediário, com produtos em torno de R$ 1 mil.
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Diante desses resultados, a empresa anunciou a distribuição de dividendos de R$ 36,8 milhões, ou R$ 0,15 por ação. Bartelle afirma que, enquanto não houver novas aquisições ou expectativas de licenciamento de outras marcas, a empresa continuará distribuindo dividendos. Os dividendos pagos ao longo do ano totalizam R$ 208 milhões.
“Nossa política é investir ou distribuir. Não vamos acumular dinheiro. Para o crescimento futuro, orgânico ou inorgânico, temos capacidade de fazer isso com recursos próprios”, explica.
No entanto, novas aquisições dependem de uma visão mais clara para os investimentos. O executivo observa incertezas econômicas que dificultam o planejamento a longo prazo, mas acredita que o mercado se aquecerá a partir do próximo ano.