O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma nova exceção nas tarifas de importação sobre produtos da China: Trump isenta iPhone de tarifa, juntamente com uma série de outros itens eletrônicos essenciais. A informação foi divulgada na noite de sexta-feira (11), em uma diretriz oficial da U.S. Customs and Border Protection (CBP).
A decisão vem após o aumento da tarifa para 145% sobre produtos chineses, como parte da guerra comercial em curso. No entanto, diversos códigos tarifários relacionados a smartphones, chips e notebooks foram retirados da lista de cobranças, aliviando o impacto sobre o consumidor americano e o setor de tecnologia.
Quais produtos foram isentos das tarifas?
Entre os produtos excluídos das tarifas, os que mais chamam atenção são:
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iPhones e smartphones (código 8517.13.00)
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Microchips e circuitos integrados (código 8542)
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Notebooks, laptops e computadores pessoais (código 8471)
A isenção do iPhone foi interpretada como uma forma de proteger a Apple, maior empresa listada na bolsa americana, e de evitar impactos negativos na economia interna às vésperas das eleições legislativas.
Segundo a CBP, os itens listados representam setores em que os EUA ainda não têm capacidade de produção doméstica suficiente, e qualquer tarifa severa poderia gerar inflação direta sobre o consumidor final.
Por que Trump isenta iPhone de tarifa?
A decisão de isentar o iPhone e outros produtos essenciais foi considerada uma jogada estratégica. De um lado, ela evita a revolta dos consumidores americanos, que dependem de smartphones, laptops e dispositivos conectados. De outro, protege empresas com forte presença no mercado interno, como Apple, Dell, Nvidia e Qualcomm.
Especialistas em comércio exterior afirmam que Trump isenta iPhone de tarifa também para preservar a estabilidade das Big Techs em Wall Street, que já enfrentam redução nas estimativas de lucro por conta da retaliação chinesa.
Guerra comercial em ritmo acelerado
Mesmo com a isenção, o clima continua tenso. Os Estados Unidos impuseram tarifas de 145% sobre a maioria dos produtos chineses, enquanto a China respondeu com tarifas de 125% sobre produtos americanos.
A escalada elevou o temor de uma nova recessão global, com analistas cortando previsões de vendas de gigantes como Apple, Tesla e Intel. Em paralelo, o Congresso pressiona por mais investimentos em produção doméstica de chips e semicondutores.
Impactos nos mercados
A notícia de que Trump isenta iPhone de tarifa gerou alívio imediato nos mercados. As ações da Apple e de outras empresas de tecnologia subiram nas negociações do pré-mercado. O Nasdaq, que havia registrado queda nos últimos pregões, reagiu positivamente à exclusão dos eletrônicos da tarifa.
Segundo Dan Ives, analista da Wedbush Securities, a decisão foi “um presente de última hora para as Big Techs”. Ele afirma que, politicamente, isentar produtos como o iPhone pode ser um divisor de águas em um ano eleitoral sensível.
Próximos passos e repercussão internacional
A medida de Trump não anula o pacote completo de tarifas. A maioria dos produtos manufaturados e industriais, além de itens como brinquedos, tecidos e ferramentas, continuará sendo taxada. Porém, ao excluir os eletrônicos de uso diário, a Casa Branca tenta evitar impactos diretos no cotidiano da população.
Na China, o Ministério do Comércio considerou a medida “um sinal contraditório”, mas manteve as tarifas em vigor. Fontes próximas ao governo de Pequim afirmam que a China prepara uma nova rodada de retaliações, possivelmente incluindo restrições à exportação de minerais estratégicos.
Ao anunciar que Trump isenta iPhone de tarifa, o governo norte-americano busca um equilíbrio entre manter a pressão sobre a China e preservar a economia interna. A medida reduz tensões no curto prazo e protege os interesses das Big Techs e do consumidor americano, mas não encerra a guerra comercial que se intensifica a cada semana.
O desafio agora será manter a estabilidade nos mercados e conter os efeitos colaterais dessa política agressiva de tarifas.