O Comitê de Política Monetária (Copom) deve anunciar, nesta quarta-feira (24), um corte de 50 pontos-base na taxa Selic, mantendo-a em 12,75% ao ano. A expectativa é que o plano de cortes seja mantido inalterado, com mais dois cortes de 50 pontos-base nas próximas reuniões, encerrando o ciclo em 11,75% em dezembro.
A decisão do Copom é baseada em uma série de fatores, incluindo a desinflação, que vem se acelerando nos últimos meses, e a incerteza fiscal. O BC sinaliza que a inflação deve cair para a meta de 3,5% em 2023, mas a incerteza fiscal pode afetar as projeções.
O mercado financeiro está atento aos riscos fiscais, que aumentaram após o governo superestimar as receitas e subestimar as despesas públicas. Isso levantou dúvidas sobre o cumprimento da meta de déficit zero em 2024.
Outro fator que pode influenciar a decisão do Copom é o hiato do produto, que é uma métrica crucial para a política monetária. O mercado e o BC têm visões diferentes sobre essa variável. O BC a vê negativa, enquanto parte do mercado vê o oposto.
Em relação às projeções, há uma divergência entre o Focus (uma pesquisa com economistas) e a curva de juros. Enquanto o Focus vê espaço para mais cortes na taxa Selic, a curva de juros indica um aumento nas taxas futuras.
Em resumo, a expectativa é que o Copom mantenha o plano de cortes em 50 pontos-base, mas a decisão final dependerá de uma série de fatores, incluindo a evolução da inflação, a incerteza fiscal e o hiato do produto.