O presidente Javier Milei está avançando com propostas de reformas econômicas e energéticas que podem ver a Argentina lançar seu primeiro projeto de gás natural liquefeito (GNL) em quatro anos. Segundo o CEO da Tecpetrol, Ricardo Markous, estas mudanças, se aprovadas pelo Congresso em breve, poderiam aliviar os desafios econômicos do país e criar um ambiente mais atraente para investimentos no setor energético.
Durante a conferência CERAWeek by S&P, em Houston, Markous enfatizou que as reformas propostas visam eliminar desequilíbrios fiscais e tornar a Argentina mais competitiva para investimentos energéticos. Ele destacou que as mudanças são cruciais para resolver o déficit na balança de pagamentos, causado principalmente pelas importações de energia, incluindo gás da Bolívia e GNL.
Apesar de um revés recente no Senado argentino, onde amplas reformas econômicas foram rejeitadas, Markous permanece otimista, afirmando que se as reformas de Milei forem aprovadas, o país poderá testemunhar um excedente na balança comercial de energia este ano. Ele salientou que a Argentina já está reduzindo os planos de importação de GNL como parte dos esforços para equilibrar suas contas.
A exploração das vastas reservas de gás de xisto na formação de Vaca Muerta, na Argentina, tem potencial para transformar o país em um importante exportador global de GNL. Para isso, projetos como a construção de instalações de exportação de GNL estão em discussão, incluindo iniciativas lideradas pela Petronas da Malásia e pela Tecpetrol.
Markous ressaltou que, à medida que a Argentina supera os desafios logísticos e aumenta sua produção de gás, a dependência das importações da Bolívia pode diminuir significativamente. Além disso, ele destacou a necessidade de legislação específica para megaprojetos, que garantiria condições favoráveis para investimentos privados no setor energético.
O CEO da Tecpetrol afirmou que a aprovação das reformas de Milei poderia desencadear uma série de investimentos em infraestrutura de energia, incluindo gasodutos e unidades de processamento de gás natural líquido. Ele também enfatizou a importância de reduzir os custos de produção para impulsionar ainda mais o setor.
Com expectativas de aumento na produção de petróleo nos próximos anos, a Argentina está se preparando para ampliar sua presença no mercado global de energia. Markous destacou a importância de eliminar disparidades de preços entre o mercado nacional e internacional para promover a concorrência e impulsionar o crescimento econômico sustentável.