Segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira, a desaceleração na atividade empresarial da zona do euro diminuiu em fevereiro, indicando sinais de melhora conforme o setor de serviços, dominante, quebrou uma sequência de seis meses de contração. Isso compensou a deterioração observada na indústria durante o mesmo período.
No ano anterior, a economia do bloco enfrentou estagnação, mostrando um desempenho inferior em comparação com outras regiões do mundo. A antiga potência industrial, Alemanha, enfrentou desafios persistentes em seu setor manufatureiro, sem sinais claros de alívio.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) composto preliminar, compilado pela S&P Global e HCOB, aumentou para 48,9 neste mês, em comparação com 47,9 em janeiro. Isso superou as expectativas de uma pesquisa da Reuters, que apontava para 48,5. No entanto, o índice permanece abaixo de 50 pelo nono mês consecutivo, indicando contração, embora a um ritmo mais lento.
“Os PMIs preliminares de fevereiro sugerem que a zona do euro pode estar começando a trilhar um caminho em direção à recuperação. Embora isso seja encorajador, ainda prevemos desafios significativos para a economia ganhar impulso este ano”, comentou Leo Barincou, da Oxford Economics.
A recessão econômica na Alemanha, a maior economia da Europa, se aprofundou este mês, com uma melhoria tímida na atividade de serviços incapaz de compensar a deterioração significativa no setor manufatureiro.
No entanto, a queda na atividade empresarial na França desacelerou consideravelmente, e a confiança das empresas atingiu o nível mais alto em sete meses.
A Comissão Europeia declarou na quinta-feira que a economia da União Europeia está se fortalecendo devido ao fundo de recuperação estabelecido para impulsionar o crescimento pós-pandemia.
Fora da UE, no Reino Unido, a economia continuou seu ímpeto no início de 2024, com um forte crescimento no setor de serviços. No entanto, as pressões inflacionárias podem manter o Banco da Inglaterra cauteloso em relação à redução das taxas de empréstimo.
SURPRESA NOS SERVIÇOS
O otimismo aumentou em toda a união monetária, com as empresas aumentando suas contratações no ritmo mais rápido desde julho, sinalizando expectativas de contínuo dinamismo. O índice de emprego subiu de 50,1 para 51,2.
O PMI de serviços da zona do euro subiu para 50,0 em fevereiro, ante 48,4 em janeiro, superando as expectativas das pesquisas que apontavam para 48,8.
No entanto, assim como em janeiro, houve sinais de pressões inflacionárias, com aumentos nos índices de preços de insumos e serviços. O índice de preços de produção atingiu 56,9, o maior aumento em nove meses, em comparação com 56,3 anteriormente.
“Isso sustentará os argumentos daqueles no Conselho do BCE que defendem que é cedo demais para considerar cortes nas taxas de juros”, afirmou Andrew Kenningham, da Capital Economics.
Os formuladores de políticas do Banco Central Europeu mantiveram as taxas de juros em seu nível histórico mais alto de 4% no mês passado, reafirmando seu compromisso de combater a inflação, apesar das expectativas dos investidores de redução dos custos de empréstimos este ano.
Os dados oficiais confirmaram uma inflação de 2,8% em janeiro, consideravelmente acima da meta de 2% do BCE.
Apesar disso, as expectativas de um corte nas taxas de juros pelo BCE no próximo trimestre se fortaleceram nas pesquisas recentes da Reuters, embora os mercados monetários tenham reduzido suas apostas na magnitude desses cortes este ano.
A recessão no setor manufatureiro se aprofundou em fevereiro, com o PMI caindo de 46,6 para 46,1, contrariando as expectativas de uma pesquisa da Reuters que previa um aumento para 47,0. O setor manufatureiro permanece abaixo de 50 desde julho de 2022.