O Radar Diário de Ações – 06/06/2025 traz um panorama dos setores mais aquecidos no mercado: agronegócio com spreads robustos, energia com foco em geração de caixa, saúde com movimentações relevantes entre operadoras e, claro, o varejo, que segue impulsionado pela queda de juros e resultados sólidos.
Agronegócio: spreads firmes, mas alerta com frango
Os dados de exportação de maio mantêm o tom positivo para os frigoríficos. Os spreads da carne bovina avançaram 7% nas exportações e 2% no mercado doméstico, puxados por uma queda sazonal no preço do boi. Já o frango se beneficiou da queda acentuada nos preços do milho, com spreads domésticos subindo 8% mês a mês.
Apesar disso, os primeiros efeitos da gripe aviária já aparecem: o volume exportado de carne de frango caiu 14% ano a ano e os preços recuaram, sinalizando possível pressão à frente para Seara (JBS) e BRF. Para junho, espera-se deterioração nos spreads, especialmente no Brasil.
Nos EUA, o cenário é misto: o frango atinge o maior spread em 15 anos, sustentado por demanda firme e substituição da carne bovina. Por outro lado, o boi americano segue pressionado, no menor spread em mais de uma década. A JBS permanece como a única recomendação de compra no setor, destacando-se pela diversificação geográfica.
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Petróleo & Gás: foco em desalavancagem com Brava Energia
Brava Energia (BRAV3)
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Recomendação: Compra
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Novo Preço-alvo: R$ 28,00 (vs. R$ 32)
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Estimativa de EBITDA 2025: US$ 900 mi
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2026: US$ 1 bi
A tese da Brava ganha corpo com a estabilização das operações após a integração dos ativos. O foco agora é a geração de fluxo de caixa e redução da alavancagem, ambos essenciais para liberar valor ao acionista e aumentar os dividendos.
A redução no preço-alvo considera uma nova curva de Brent a US$ 65/bbl. Apesar disso, o potencial de valorização é mantido, com o mercado aguardando maior visibilidade sobre a entrega de resultados.
A revisão de governança – incluindo a remodelagem da poison pill e ajustes no TRS das ações – fortalece o alinhamento com os investidores e é bem recebida pelo mercado.
Saúde: Amil avança, Hapvida recua
O setor de saúde suplementar adicionou 152 mil vidas em abril, totalizando 52,3 milhões de beneficiários. A Amil liderou o crescimento com 75 mil novos clientes no mês e 159 mil no acumulado do ano, puxada pelos estados de SP e RJ.
A SulAmérica também teve desempenho sólido, com 78 mil novas vidas. No entanto, os dados de churn incomumente baixos exigem cautela. Por outro lado, a Hapvida perdeu 28 mil vidas em abril e acumula perda de 42 mil no ano, com recuo mais acentuado em São Paulo.
Outras operadoras como Porto, Seguros Unimed e ODPV cresceram, enquanto a Central Unimed encolheu.
O ambiente competitivo pressiona a estratégia orgânica da Hapvida. Seguimos com recomendação de compra, mas a preferência do setor segue com Rede D’Or (RDOR), vista como uma tese defensiva com crescimento sustentável de longo prazo.
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Varejo: valorização se sustenta em fundamentos
As ações de varejo subiram mais de 30% desde abril. A recuperação é explicada pela melhora nos fundamentos micro e pela expectativa de corte de juros. Segundo pesquisa com 74 investidores:
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62% estão “overweight” no setor
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46% planejam aumentar a posição
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O foco está em vestuário e joias
Smartfit lidera como principal posição comprada (22%), seguida por Vivara (15%) e Renner (13%). Na outra ponta, Raia Drogasil é a principal vendida (24%).
As projeções buyside estão alinhadas ao consenso:
Ação | Lucro Líquido 2026 (R$) |
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LREN | 1,7 bi |
C&A | 521 mi |
AZZA | 700–750 mi (vs. 811 mi estimado) |
Vivara | Pressão na margem bruta no 2T25 |
Mesmo com valuations ajustados, os múltiplos ainda são considerados atraentes para quem busca crescimento em cenário de juros descendentes.
Radar Diário de Ações – 06/06/2025
O Radar Diário de Ações – 06/06/2025 reforça o tom otimista no mercado, com spreads positivos para carnes, estabilização na Brava Energia e forte posicionamento no varejo. No setor de saúde, o movimento de beneficiários evidencia a disputa acirrada entre operadoras.
O investidor deve acompanhar de perto os impactos macro (como juros e preço do petróleo) e micro (como churn, margens e fluxo de caixa) que definirão as próximas movimentações nos setores acompanhados.