Seja bem-vindo a mais uma edição do Radar Diário de Ações – 04/04/2025, o seu espaço diário para entender o que está movimentando o mercado financeiro. Hoje, o foco está nas repercussões das novas tarifas anunciadas por Donald Trump, no impacto sobre a economia global e, claro, nos reflexos para o Brasil e setores estratégicos da Bolsa, como petróleo e gás. Vamos direto aos destaques e análises que você precisa para tomar decisões com mais segurança e clareza.
Estratégia Macroeconômica
Brasil: um vencedor relativo em meio a um cenário global de perdas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sacudiu os mercados com o anúncio de uma tarifa universal de 10% sobre todos os produtos importados. Países com superávits comerciais elevados com os EUA, como China, União Europeia, Japão e Taiwan, sofrerão sobretaxas ainda maiores, que chegam até 34%. A expectativa é de que a medida gere um impacto direto na inflação norte-americana, podendo adicionar até 1,3 ponto percentual à inflação subjacente nos próximos doze meses. Já o crescimento do PIB pode cair 60 pontos-base em 2025.
O Brasil, por sua vez, saiu relativamente ileso: a tarifa de 10% anunciada é praticamente equivalente à tarifa média brasileira sobre produtos americanos. Isso posiciona o país como um dos poucos emergentes com potencial de ganho em termos relativos. Setores que exportam para os EUA sofrerão ajustes, mas há também espaço para o Brasil ocupar mercados que serão perdidos pelos norte-americanos caso seus parceiros comerciais iniciem medidas retaliatórias.
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Quais setores brasileiros sentirão mais impacto?
Os setores mais expostos às exportações para os EUA são:
- Produtos siderúrgicos semiacabados: 71,8% vão para os EUA, já com tarifa de 25%.
- Aeronaves: 63,2% das exportações seguem para o mercado americano.
- Materiais de construção: 57,9% de exposição.
- Madeira e derivados: 43,2%.
Apesar disso, há fatores atenuantes importantes. Grãos, petróleo e minério de ferro — os grandes pilares da pauta de exportação brasileira — têm exposição limitada aos EUA ou estão isentos das novas tarifas. Isso reduz a pressão sobre as principais empresas listadas na B3 e reforça o argumento de que o Brasil pode ser uma alternativa estratégica no cenário global.
Petróleo & Gás
OPEP+ surpreende e tarifas de Trump pressionam ainda mais o setor
O mercado de energia global enfrentou um verdadeiro abalo. O barril de Brent caiu 7% após o anúncio das tarifas de Trump e, ao mesmo tempo, a OPEP+ decidiu antecipar o aumento da produção de petróleo para maio, agora somando 411 mil barris por dia — um salto em relação aos 135 mil anteriormente previstos. Esse movimento duplo — mais oferta e risco de menor demanda global — provocou uma correção nas ações do setor.
Mesmo com petróleo e derivados fora da lista de tarifas, o clima de aversão ao risco pesou sobre as ações. As empresas de petróleo listadas na América Latina sofreram em média uma queda de 6%, e os investidores revisam rapidamente suas expectativas.
Petrobras e PRIO em posição defensiva
Em momentos de turbulência, a qualidade das empresas faz toda a diferença. É por isso que seguimos preferindo nomes como Petrobras (PETR3/PETR4) e PRIO (PRIO3). Ambas têm baixos custos de extração e uma estrutura de capital sólida — fundamentais para enfrentar a atual instabilidade do mercado de petróleo.
Para os investidores que buscam exposição em distribuição de combustíveis, a Vibra (VBBR3) continua sendo nossa principal aposta. Apesar da volatilidade internacional, o segmento ainda mostra resiliência no cenário doméstico, e a tese de valuation segue atrativa.
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Radar Diário de Ações – 04/04/2025
A decisão de Trump reacendeu a tensão no comércio global, mas o Brasil pode emergir como um porto relativamente seguro nesse novo cenário. Para o investidor atento, é hora de reforçar o foco em empresas com fundamentos sólidos, exposição internacional gerenciável e potencial de ganho competitivo.
Petrobras e PRIO se destacam como nomes defensivos na energia, enquanto setores de commodities e exportadores agrícolas podem se beneficiar indiretamente da redistribuição de mercado global. Acompanhar os desdobramentos será essencial para ajustar as estratégias e encontrar novas oportunidades em meio à turbulência.