Os últimos dados do governo revelam que a produção industrial do Japão sofreu uma queda acentuada em janeiro, marcando a maior queda desde maio de 2020. Essa desaceleração, especialmente notável na fabricação de veículos, levanta preocupações sobre a resiliência da economia japonesa, que já enfrenta desafios após entrar em recessão no final do ano passado.
De acordo com o Ministério da Economia, Comércio e Indústria (METI), a produção industrial registrou uma queda de 7,5% em janeiro em comparação com o mês anterior. Esse declínio superou ligeiramente as expectativas do mercado, que previam uma queda de 7,3%. Dos 15 setores industriais pesquisados pelo METI, 14 registraram uma redução na produção.
Essa queda na produção industrial levou o METI a reavaliar a situação pela primeira vez desde julho do ano passado, destacando os desafios enfrentados pela economia japonesa na tentativa de se recuperar da recessão recente. Analistas da Capital Economics alertam que esses dados indicam a possibilidade de outra contração no Produto Interno Bruto (PIB) neste trimestre.
O setor automotivo foi particularmente afetado, com uma queda de 17,8% na produção em janeiro em relação ao mês anterior. Problemas como irregularidades nos testes de certificação para motores diesel, identificados pela Toyota Motor e sua afiliada Toyota Industries, contribuíram para essa queda. Além disso, a suspensão da produção pela Daihatsu devido a questões relacionadas a testes de segurança contra colisão também impactou negativamente a produção de veículos.
Outros setores, como a fabricação de máquinas elétricas e equipamentos eletrônicos de informação e comunicação, também registraram quedas significativas, com uma redução de 8,3% em janeiro. Especificamente, a produção de baterias de íon-lítio diminuiu 21,4%, em parte devido aos ajustes na produção de veículos elétricos globalmente.
Embora os fabricantes consultados pelo METI esperem um aumento na produção ajustada sazonalmente em fevereiro e março, os ganhos projetados não serão suficientes para compensar totalmente a queda em janeiro. Além disso, o impacto de um terremoto na Península de Noto no Ano Novo sobre os planos de produção em janeiro não foi significativo, mas permanece incerto para os meses seguintes.
Enquanto isso, os dados separados sobre as vendas no varejo oferecem alguma esperança, indicando que o consumo pode ajudar a mitigar parte da pressão sobre o setor industrial. As vendas aumentaram 2,3% em janeiro em comparação com o ano anterior, estendendo uma tendência positiva observada nos últimos 23 meses e atendendo às expectativas do mercado.