A confiança no setor industrial brasileiro registrou queda em março, indicando uma fase de estabilização após um período de aumento da demanda e regularização dos estoques, mesmo diante de um contexto macroeconômico favorável que ainda não impactou de forma significativa o setor.
De acordo com dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) registrou uma queda de 0,9 ponto em março, atingindo 96,5 pontos.
Embora tenha sido observada uma perspectiva mais otimista em relação às contratações neste mês, as expectativas permanecem cautelosas em relação à produção, conforme destacado pela FGV.
O Índice Situação Atual (ISA) teve uma redução de 1,4 ponto em março, alcançando 96,6 pontos, interrompendo uma sequência de seis altas consecutivas. Por sua vez, o Índice de Expectativas (IE) também registrou uma diminuição, caindo 0,4 ponto e alcançando 96,4 pontos.
“Apesar do cenário macroeconômico de redução na taxa de juros, diminuição de custos e do bom momento no mercado de trabalho, ainda não houve um impacto substancial nos diferentes segmentos da indústria”, explicou Stéfano Pacini, economista da FGV IBRE.
Na semana anterior, o Banco Central reduziu novamente a taxa Selic para 10,75% ao ano, ampliando a distância em relação aos elevados 13,75% que vigoraram por cerca de um ano até agosto passado.
“O avanço da nova política industrial e da reforma tributária pode impulsionar a confiança do setor. Esses serão fatores cruciais para a retomada do crescimento na indústria, que ainda enfrenta desafios para manter o ritmo observado no último trimestre de 2023”, acrescentou Pacini.
Em janeiro, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou um plano de desenvolvimento para a indústria até 2033, como parte das medidas para impulsionar o setor e estimular o crescimento em meio aos indícios de desaceleração econômica.