A economia britânica está caminhando para uma possível redução na taxa de juros, conforme afirmou o presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, destacando o movimento de dois de seus colegas em retirar o voto a favor do aumento dos custos de empréstimos.
Durante a votação realizada nesta quinta-feira, as autoridades do Banco da Inglaterra decidiram por 8 a 1 manter os custos dos empréstimos em 5,25%, o valor mais alto em 16 anos. Esta decisão marca uma mudança de posição significativa, com dois membros que anteriormente defendiam taxas mais altas agora se juntando à maioria que optou pela manutenção.
A expectativa entre a maioria dos economistas, conforme apontado em pesquisas da Reuters, era de que um membro do Comitê de Política Monetária continuasse a votar a favor de um aumento na taxa de juros. No entanto, Jonathan Haskel e Catherine Mann mudaram suas posições, alinhando-se com a maioria a favor da manutenção. Swati Dhingra foi novamente o único a votar pela redução da taxa bancária para 5,0%.
Bailey destacou que houve “sinais encorajadores” de uma queda na inflação, porém ressaltou a necessidade de mais certeza em relação ao controle das pressões de preços na economia antes de considerar cortes nas taxas de juros.
A decisão do Banco da Inglaterra segue o anúncio do Federal Reserve na quarta-feira de sua intenção de realizar três cortes na taxa de juros nos Estados Unidos este ano, impulsionando um rali global nos mercados de ações.
Por outro lado, o Banco Central Europeu tentou diminuir as especulações sobre cortes nas taxas de juros na zona do euro, enfatizando a necessidade de cautela apesar da percepção de que a luta contra a inflação global está sendo vencida.
O Banco da Inglaterra já havia sinalizado em fevereiro uma revisão dos seus altos custos de empréstimos, mantendo esta postura nesta quinta-feira. No entanto, as autoridades destacaram a importância de observar sinais mais claros de controle da inflação antes de tomar medidas.
Embora os dados divulgados mostrem uma desaceleração no aumento dos preços ao consumidor, o Banco da Inglaterra salientou que os principais indicadores da persistência da inflação ainda estão elevados. Além disso, ressaltou que o mercado de trabalho no Reino Unido permanece relativamente apertado, mesmo com sinais de que os altos custos de empréstimos estão exercendo pressão sobre a economia.
A taxa de inflação do Reino Unido, embora tenha diminuído, permanece a mais alta do G7 em fevereiro, ficando em 3,4%. O Banco da Inglaterra espera agora que a inflação caia abaixo da meta de 2% no segundo trimestre, principalmente devido ao impacto da decisão do ministro das Finanças, Jeremy Hunt, de congelar novamente o imposto sobre combustíveis neste mês.
No geral, as medidas contidas na declaração orçamentária de Hunt de 6 de março devem impulsionar a produção econômica em cerca de 0,25% nos próximos anos, mas também podem acelerar a inflação em um prazo mais curto, de acordo com o banco central.