O Bradesco BBI elevou sua recomendação para as ações da Petrobras (PETR4) de “desempenho de mercado” para “desempenho acima da média do mercado”, indicando uma mudança de neutro para compra. O banco justifica essa alteração com a superação dos fatores que levaram ao rebaixamento da petroleira no mês anterior, observando que os eventos estão se tornando mais favoráveis para a tese de investimento. A turbulência parece ter diminuído após uma série de acontecimentos agitados.
Segundo o banco, alguns eventos turbulentos, que começaram com a retenção de dividendos complementares em 8 de março e geraram especulações sobre mudanças na gestão da estatal, parecem ter resultado em algumas resoluções positivas. Destaca-se que o Ministro de Energia e Minas, Alexandre Silveira, demonstrou maior apoio ao trabalho do CEO Jean Paul Prates na estatal. Além disso, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aparentemente ganhou influência dentro da Petrobras ao conquistar um assento no conselho, o que pode tornar mais provável o pagamento dos dividendos complementares. O banco também observa que a Petrobras pode estar mais inclinada a acelerar recompras.
Em relação ao risco para a tese, o banco menciona a possibilidade de Jean Paul Prates não ser reeleito como membro do conselho na próxima quinta-feira, o que poderia implicar na sua não permanência como CEO, impactando assim a tese de investimento (embora as chances disso sejam baixas).
Apesar da defasagem nos preços dos combustíveis no Brasil, o banco elevou as estimativas para a estatal, incorporando spreads de craqueamento de US$ 12/bbl para gasolina e US$ 15/bbl para diesel para 2024. Dessa forma, o banco prevê agora pagamentos anuais complementares de dividendos de US$ 4 bilhões por ano ante US$ 2 bilhões anteriormente.
O BBI estima agora o rendimento de dividendos da Petrobras para 2025 em 13%, acima da média global de 10% para 2025 (com recompras). Com um ambiente tão volátil para o Ibovespa, o banco considera difícil ignorar uma exportadora que oferece um rendimento de dividendos tão atrativo.
A equipe de análise do Goldman Sachs comenta que a decisão do Conselho pode criar um “risco de alta” em relação ao caso base de rendimento de dividendos de 12% para o ano fiscal de 2024. Por outro lado, com base em conversas recentes, alguns investidores já esperavam o pagamento de dividendos extraordinários. O banco reitera recomendação de compra e preço-alvo de US$ 19,30 para o ADR da estatal.