O mercado imobiliário residencial em Hong Kong continua a enfrentar uma tendência de queda nos preços, marcando o décimo mês consecutivo de declínio em fevereiro. De acordo com dados oficiais divulgados na terça-feira, os preços das casas na cidade, que é conhecida por ter um dos mercados imobiliários mais caros do mundo, caíram 1,7% em relação ao mês anterior, após uma revisão para baixo de 1,2% em janeiro.
No final de fevereiro, o governo de Hong Kong tomou medidas para revigorar o mercado imobiliário ao remover todas as restrições de uma década, incluindo impostos adicionais de selo para compradores estrangeiros e de segunda habitação, bem como para aqueles que vendem propriedades dentro de um período de dois anos após a compra. Essa decisão foi bem recebida pelo mercado, com um aumento nas transações imobiliárias imediatamente após a remoção das restrições.
Houve também um aumento significativo na compra de propriedades por parte de investidores do continente chinês, que agora representam até um terço das vendas de novas propriedades em Hong Kong, de acordo com promotores e agentes imobiliários. Esse aumento ocorre após um período de calmaria no mercado devido à pandemia, que durou mais de três anos.
Particularmente no segmento de propriedades residenciais de luxo, avaliadas em mais de 30 milhões de dólares de Hong Kong (3,84 milhões de dólares), a participação dos compradores do continente aumentou ainda mais, representando cerca de 70% das vendas, segundo a JLL. Isso marca uma recuperação significativa em relação aos números anteriores à remoção das restrições.
Apesar do aumento nas transações, os preços das residências continuam sob pressão devido a vários fatores, incluindo taxas de hipoteca mais altas, emigração de talentos e perspectivas econômicas fracas. Os desenvolvedores estão respondendo à demanda oferecendo descontos para reduzir o estoque, o que sugere que os preços ainda podem permanecer reprimidos no curto prazo. A S&P Global Ratings estima que os volumes de transações só se recuperarão moderadamente este ano, com as taxas de juros permanecendo altas.