O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião com sua equipe econômica nesta sexta-feira (24) para definir medidas relacionadas ao preço dos alimentos, após declarações polêmicas do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Durante um evento recente, Costa mencionou uma possível “intervenção” nos preços, o que causou apreensão no mercado financeiro. Posteriormente, o ministro se corrigiu e afirmou que o governo estuda apenas “medidas” para controlar a inflação, mas o estrago já estava feito.
A proposta de criação de uma rede popular de alimentos, sugerida pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), também não obteve boa recepção entre especialistas e empresários do setor. Por isso, a reunião de hoje é vista como determinante para esclarecer as diretrizes que o governo pretende adotar para conter a alta no preço dos alimentos.
Inflação de alimentos preocupa governo e mercado
Os dados preliminares do IPCA-15 de janeiro, divulgados hoje, mostram que os alimentos tiveram um aumento significativo de 1,44%, em contraste com a projeção de queda de 0,01% no índice geral. O acumulado de 12 meses aponta uma inflação de 4,36%. O governo, por sua vez, reconhece que a alta do preço dos alimentos tem pressionado as famílias brasileiras e pretende encontrar soluções para conter esse avanço sem comprometer a economia.
O mercado financeiro está atento às decisões do governo, temendo medidas que possam impactar negativamente o setor produtivo e a inflação. O Ibovespa, que já acumula perdas recentes, pode reagir às definições da reunião de Lula, enquanto o dólar também segue os desdobramentos com grande volatilidade.
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Desempenho do mercado diante da incerteza
No pregão de ontem, o Ibovespa recuou 0,40%, fechando aos 122.483,32 pontos. A queda foi impulsionada pela cautela dos investidores em relação à reunião de hoje e pelas declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pressionaram ações de empresas do setor de alimentos e commodities.
O dólar à vista encerrou o dia a R$ 5,9255, com recuo de 0,35%, mas chegou a atingir a mínima de R$ 5,8745 durante o pregão. A expectativa é que o desempenho da moeda norte-americana continue a ser influenciado pelos próximos anúncios do governo brasileiro sobre o preço dos alimentos.
Enquanto isso, o ETF iShares MSCI Brazil (EWZ), negociado em Nova York, subiu 1,40% no pré-market de ontem, indicando que os investidores estrangeiros ainda mantêm interesse no mercado brasileiro.
Agenda de Lula e indicadores econômicos do dia
A agenda do presidente Lula e de seus ministros está cheia de reuniões estratégicas para discutir os rumos da economia e possíveis ações para conter a alta do preço dos alimentos. Além disso, os mercados globais monitoram indicadores importantes que podem influenciar os investimentos.
Compromissos do presidente Lula e ministros
| Horário | Evento | Participantes |
|---|---|---|
| 9h00 | Reunião com Secretário de Comunicação Social | Sidônio Palmeira, Laércio Portela |
| 9h30 | Reunião para discutir o preço dos alimentos | Rui Costa, Fernando Haddad, Carlos Fávaro, Esther Dweck, Paulo Teixeira, Márcio Elias Rosa, Fernanda Machiaveli, Guilherme Mello, Edegar Pretto |
| 14h40 | Reunião com Secretário Especial da Casa Civil | Marcos Rogério de Souza |
| 15h00 | Reunião com ministros e prefeitos | Alexandre Padilha, Eduardo Paes, Rodrigo Neves |
| 16h00 | Reunião com Ministra da Gestão e Comunicação Social | Esther Dweck, Sidônio Palmeira |
Indicadores econômicos do dia
| Horário | Indicador | Região |
|---|---|---|
| 06h00 | PMIs de janeiro (preliminar) | Zona do euro |
| 07h00 | Discurso de Christine Lagarde (BCE) | Davos |
| 08h30 | Balanço de pagamentos de dezembro | Brasil |
| 09h00 | IPCA-15 de janeiro | Brasil |
| 11h45 | PMIs de janeiro (preliminar) | EUA |
| 12h00 | Sentimento do consumidor da Universidade de Michigan | EUA |
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Expectativas para o mercado financeiro
Os investidores esperam volatilidade no Ibovespa nesta sexta-feira, impulsionada pelos dados do IPCA-15 e pela reunião do governo para discutir o preço dos alimentos. A depender das medidas anunciadas, ações de supermercados, varejistas e do agronegócio podem ser impactadas positivamente ou negativamente.
Além disso, o mercado internacional segue atento às declarações de Donald Trump no Fórum Econômico Mundial de Davos, principalmente no que diz respeito a tarifas de importação e políticas comerciais que possam afetar o Brasil.
Preço dos alimentos
A alta do preço dos alimentos continua a ser um desafio para o governo, investidores e consumidores. A reunião de Lula com sua equipe econômica pode trazer alívio ao mercado ou gerar mais incertezas, dependendo das medidas anunciadas.
O mercado segue atento a cada declaração e decisão, pois qualquer intervenção mais agressiva pode gerar efeitos colaterais em diversos setores da economia. Acompanhar os desdobramentos será essencial para entender os rumos da inflação e do crescimento econômico brasileiro nos próximos meses.
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