O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial, avançou 0,62% em novembro, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (26). Este resultado marca uma aceleração em relação à alta de 0,54% registrada em outubro, refletindo pressões contínuas sobre os preços ao consumidor.
Nos 12 meses acumulados, a inflação medida pelo IPCA-15 de Novembro chegou a 4,77%, ultrapassando o teto da meta de 4,5% definida pelo Banco Central para 2024. O avanço foi impulsionado por altas significativas em grupos como alimentos, transportes e despesas pessoais, enquanto o grupo educação foi o único a apresentar queda no período (-0,01%).
Pressões Inflacionárias no IPCA-15 de Novembro: Principais Grupos
O índice de novembro foi influenciado por aumentos em oito dos nove grupos de consumo pesquisados pelo IBGE. Veja os principais destaques na tabela a seguir:
Grupo de Consumo | Variação (%) | Impacto no IPCA-15 (p.p.) | Destaques |
---|---|---|---|
Alimentação e bebidas | +1,34% | +0,29 | Óleo de soja (+8,38%), tomate (+8,15%), carnes (+7,54%) |
Transportes | +0,82% | +0,17 | Passagens aéreas (+22,56%), ônibus urbano (+1,34%), gasolina (+0,07%) |
Despesas pessoais | +0,83% | +0,08 | Cigarro (+4,97%) |
Habitação | +0,22% | +0,03 | Energia elétrica (+0,13%) |
Educação | -0,01% | 0,00 | Recuo em serviços educacionais (-0,01%) |
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Alimentos e Bebidas: A Maior Contribuição
O grupo alimentação e bebidas foi o maior responsável pela alta do IPCA-15 em novembro, com variação de 1,34% e impacto de +0,29 ponto percentual no índice geral. Dentro do segmento, a alimentação no domicílio acelerou para 1,65%, com aumentos expressivos em itens como óleo de soja (+8,38%), tomate (+8,15%) e carnes (+7,54%).
Apesar das altas, algumas quedas ajudaram a reduzir o impacto geral, como no caso da cebola (-11,86%), frutas (-0,46%) e ovos (-1,64%). Já a alimentação fora do domicílio desacelerou de 0,66% em outubro para 0,57% em novembro, indicando menor impacto nesse segmento.
Destaques de Alimentação e Bebidas
Item | Variação (%) |
---|---|
Óleo de soja | +8,38% |
Tomate | +8,15% |
Carnes | +7,54% |
Cebola | -11,86% |
Ovos | -1,64% |
Transportes: Passagens Aéreas Impulsionam Alta
O grupo de transportes registrou aumento de 0,82% em novembro, impulsionado por uma alta expressiva de 22,56% nas passagens aéreas, que foram responsáveis pelo maior impacto individual no índice geral (+0,14 ponto percentual).
Além disso, o transporte público urbano também apresentou elevação, com ônibus urbano registrando alta de 1,34%. Nos combustíveis, o cenário foi misto, com a gasolina subindo 0,07% e o etanol apresentando recuo de -0,33%.
Destaques de Transportes
Subitem | Variação (%) |
---|---|
Passagens aéreas | +22,56% |
Ônibus urbano | +1,34% |
Gasolina | +0,07% |
Etanol | -0,33% |
Desafios para o Banco Central e Impactos no Mercado
Com o IPCA-15 acima das expectativas do mercado, que projetava alta de 0,48% no mês e 4,62% no acumulado anual, o Banco Central enfrenta maior pressão para conter a inflação e manter a credibilidade do sistema de metas inflacionárias.
Possíveis Impactos:
- Política Monetária:
- O Copom pode rever sua estratégia de redução da taxa Selic, atualmente em 12,25%, considerando a persistência de pressões inflacionárias.
- Consumo das Famílias:
- A alta de preços em itens essenciais, como alimentos e transportes, reduz o poder de compra e impacta o orçamento doméstico.
- Mercado Financeiro:
- A inflação acima do esperado pode influenciar a curva de juros futuros, o câmbio e os investimentos.
Energia e Outros Grupos
O grupo habitação teve alta de 0,22%, com destaque para a desaceleração da energia elétrica, que subiu 0,13% em novembro após um aumento de 5,29% em outubro. Essa redução no ritmo foi reflexo da mudança da bandeira tarifária vermelha para amarela.
Já no grupo despesas pessoais, o cigarro registrou alta de 4,97%, devido ao reajuste da alíquota do IPI, contribuindo significativamente para o aumento no segmento.
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O Que Esperar nos Próximos Meses?
A inflação acumulada acima da meta exige atenção nos próximos meses. A sazonalidade do fim de ano, marcada por maior demanda por produtos e serviços, pode trazer novas pressões inflacionárias.
Itens a serem monitorados:
- Alimentos: Movimentos nos preços de commodities e safras.
- Energia: Possíveis mudanças na política tarifária.
- Combustíveis: Impacto das oscilações no mercado internacional.
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