O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos registrou uma leve aceleração em agosto, com alta de 0,2% na comparação mensal, após ter se mantido estável em julho. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (12) pelo Departamento do Trabalho americano. No entanto, a taxa anual desacelerou, registrando um avanço de 1,7%, uma queda em relação aos 2,1% verificados em julho.
Alta mensal acima do esperado
A variação mensal ficou um pouco acima das expectativas do mercado, que previa um aumento de 0,1%, conforme o consenso de analistas da LSEG. A projeção para a inflação anualizada também foi ligeiramente superior ao esperado, com a expectativa de uma alta de 1,8%, contra os 1,7% registrados. Esses números mostram que, embora a pressão inflacionária sobre os preços ao produtor tenha se estabilizado em boa parte do ano, alguns setores ainda enfrentam aumentos mais significativos.
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O núcleo do PPI, que exclui alimentos, energia e serviços comerciais, teve uma alta de 0,3% em agosto, repetindo o desempenho do mês anterior. Nos últimos 12 meses encerrados em agosto, o índice de demanda final, que exclui esses itens voláteis, subiu 3,3%, ligeiramente acima dos 3,2% registrados em julho.
O impacto da inflação no setor de produção
O PPI mede a variação dos preços que os produtores de bens e serviços recebem pela venda de seus produtos. Quando este índice aumenta, muitas vezes os custos são repassados ao consumidor final, pressionando a inflação ao consumidor (CPI). Nesse contexto, o aumento registrado em agosto pode sinalizar que, mesmo com a desaceleração observada em termos anuais, as pressões inflacionárias ainda não foram completamente eliminadas da cadeia produtiva.
A leve aceleração no PPI pode reforçar preocupações entre analistas sobre os rumos da política monetária do Federal Reserve (Fed). Embora o PPI não seja o principal índice utilizado pelo Fed para medir a inflação, ele serve como um indicativo importante das tendências inflacionárias, já que os aumentos de preços ao nível do produtor geralmente acabam afetando o consumidor final em algum momento.
Setores mais afetados
De acordo com o relatório, alguns setores apresentaram maior pressão de alta, como o de serviços, que contribuiu significativamente para o aumento do PPI no mês. Enquanto isso, a inflação nos preços da energia e alimentos, que geralmente são mais voláteis, se manteve mais controlada.
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A pressão nos serviços também foi refletida nos dados do núcleo do PPI, que exclui esses itens voláteis e apresentou uma alta contínua de 0,3% pelo segundo mês consecutivo. Essa variação sugere que, apesar da desaceleração global nos preços ao produtor, algumas áreas ainda enfrentam dificuldades para estabilizar os custos.
Preocupações com a inflação e a política monetária do Fed
Com a inflação ainda presente, o Federal Reserve deverá manter uma postura de vigilância, mesmo após os dados mostrarem uma desaceleração anual. Isso pode influenciar as decisões nas próximas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), responsáveis por determinar a política de juros nos Estados Unidos.
Embora o PPI tenha desacelerado em termos anuais, os números acima do esperado em agosto podem sugerir uma retomada da pressão inflacionária em algumas áreas, o que poderá dificultar a estratégia do Fed de levar a inflação ao consumidor de volta à meta de 2%.
Os dados do PPI serão analisados em conjunto com o Índice de Preços ao Consumidor (CPI), que mede a variação dos preços no nível do consumidor. Ambos os índices são fundamentais para monitorar o caminho da inflação e, consequentemente, para a determinação dos próximos passos da política monetária americana.