A indústria nacional avança em março de 2025 com alta de 1,2%, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (14) pelo IBGE. A série com ajuste sazonal revela crescimento da produção industrial em 10 dos 15 locais pesquisados, marcando um mês positivo para o setor.
O destaque do mês foi o Amazonas, com expansão de 5,6%, seguido de Espírito Santo e Pará, ambos com alta de 4,6%, e o Rio de Janeiro, que subiu 4,5%. Estes estados ajudaram a puxar o desempenho nacional acima das expectativas e mostraram reação após meses de oscilação nos índices industriais.
💰 Quer viver de renda? Baixe agora a Carteira de Dividendos do BTG!
Alta generalizada reforça recuperação industrial
O resultado de março reforça a tendência de recuperação iniciada em janeiro. O índice de média móvel trimestral da indústria nacional subiu 0,4%, interrompendo a trajetória de queda observada desde novembro de 2024. Os avanços mais acentuados foram registrados por Ceará (3,5%), Rio de Janeiro (2,4%), Espírito Santo (1,2%), São Paulo (1,1%) e Paraná (0,9%). Estes resultados mostram que há um fortalecimento gradual da atividade produtiva em polos industriais tradicionais do país.
Na comparação com março de 2024, a indústria nacional avança 3,1%, com destaque para Paraná (15,1%), Santa Catarina (9,3%), Pará (9,1%), e Mato Grosso do Sul (7,6%). No total, 11 dos 18 locais analisados mostraram crescimento, mesmo com um dia útil a menos em março de 2025.
Paraná lidera crescimento com múltiplos setores em alta
A expressiva alta de 15,1% no Paraná foi puxada por diversos setores: petróleo e biocombustíveis, produtos químicos, alimentos, materiais elétricos, veículos e máquinas agrícolas. O estado se destaca pelo dinamismo em cadeias produtivas voltadas tanto ao consumo interno quanto à exportação, beneficiando-se da demanda aquecida em segmentos estratégicos.
Já Santa Catarina mostrou resiliência e crescimento, sustentado por indústrias de máquinas e equipamentos, produtos alimentícios e metalurgia. A Bahia também avançou, com destaque para a produção de derivados de petróleo e alimentos processados.
Nordeste enfrenta retração e pressiona desempenho regional
Enquanto a indústria nacional avança, alguns estados do Nordeste enfrentam retrações severas. Pernambuco (-22,6%), Rio Grande do Norte (-19,1%) e Maranhão (-10,5%) foram os que mais recuaram. A queda está ligada à performance negativa de setores como refino de petróleo, indústrias extrativas e biocombustíveis. A Região Nordeste, como um todo, teve retração de 4,8% na comparação com março de 2024.
O desempenho desigual reforça a necessidade de políticas industriais regionais que estimulem a diversificação produtiva e promovam maior resiliência em contextos de desaceleração econômica setorial.
Acumulado do ano e últimos 12 meses confirmam recuperação
Na média do ano, a indústria nacional acumula crescimento de 1,9%, com resultados positivos em oito dos 18 locais pesquisados. Santa Catarina (8,5%), Paraná (7,1%), Pará (5,1%) e Bahia (2,4%) lideram os ganhos.
No acumulado dos últimos 12 meses, o crescimento de 3,1% representa uma intensificação frente aos 2,6% registrados em fevereiro. O Paraná novamente se destaca, avançando de 4,1% para 6,5%, seguido por Santa Catarina (8,7%), Mato Grosso do Sul (2,8%), Bahia (2,5%) e Amazonas (1,5%). A maioria das regiões apresenta trajetória de retomada, apesar das pressões inflacionárias e desafios logísticos enfrentados no período.
Atualização metodológica fortalece análises
Junto aos resultados, o IBGE divulgou a atualização dos métodos de ajustamento sazonal aplicados às pesquisas conjunturais como a PIM-PF Brasil e Regional. A mudança busca aprimorar a qualidade dos dados ajustados, possibilitando uma leitura mais precisa das variações de curto prazo.
Segundo o instituto, trata-se de uma rotina técnica que não altera os dados brutos, mas corrige distorções de calendário e sazonalidade que podem mascarar tendências reais do setor.
Retomada ganha fôlego, mas exige vigilância
O desempenho da produção industrial em março confirma que a indústria nacional avança em 2025, com sinais de consistência em sua recuperação. Estados como Paraná, Santa Catarina, Pará e Bahia dão o tom da retomada, puxados por setores diversificados e com forte impacto na geração de empregos e receitas.
No entanto, a fragilidade de regiões como o Nordeste e os gargalos setoriais ainda representam riscos à sustentabilidade dessa trajetória. A capacidade do país de equilibrar estímulos regionais, controlar custos de produção e assegurar demanda interna será fundamental para manter o ritmo positivo ao longo do ano.
🔎 Criptomoedas com potencial de alta? Saiba quais são. Baixe já!