O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, anunciou hoje a decisão unânime de manter as taxas de juros do país inalteradas, situando-se na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. Este patamar representa o maior nível das taxas desde 2001 e reflete a quarta reunião consecutiva em que o referencial permanece inalterado, conforme era amplamente esperado pelo mercado.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) divulgou a decisão e ressaltou a necessidade de “maior confiança de que a inflação está evoluindo de forma sustentável para 2%” antes de considerar qualquer redução no intervalo de juros. Atualmente, a inflação oficial dos Estados Unidos está em 3,4% no acumulado de 12 meses, conforme dados de 2023.
O presidente do Fed, Jerome Powell, reforçou a posição do comitê durante entrevista a jornalistas, declarando que embora haja confiança, o Fed busca ter mais certeza de que o arrefecimento da inflação é um sinal genuíno.
Em meio a esta postura cautelosa, o Fed também indicou a possibilidade de uma redução da taxa básica caso a inflação continue a diminuir nos próximos meses. O Fomc destacou que os riscos relacionados ao emprego e à inflação estão “evoluindo para um melhor equilíbrio”.
Além disso, o colegiado informou que indicadores recentes apontam para uma expansão sólida da atividade econômica nos Estados Unidos, representando uma atualização positiva em relação ao comunicado anterior de dezembro.
O comunicado também abordou mudanças na citação sobre o sistema bancário dos EUA, excluindo a menção à solidez e resiliência após eventos adversos ocorridos no ano anterior.
Ao comentar sobre o mercado de trabalho, o Fomc observou que os ganhos no emprego foram moderados, mas mantém-se fortes, e a taxa de desemprego permanece baixa. O comitê expressou a intenção de atingir o nível máximo de emprego e levar a inflação à taxa de 2% a longo prazo.
O Fed continuará monitorando de perto os riscos de inflação, considerando as perspectivas econômicas incertas. Adicionalmente, o comunicado destacou a redução contínua das participações em títulos do Tesouro e dívida de agências e títulos garantidos por hipotecas de agências.
Os impactos dos juros mais elevados nos Estados Unidos são observados no aumento da rentabilidade dos Treasuries, refletindo nos mercados de ações e no dólar, à medida que investidores buscam melhores retornos nos EUA. Este cenário macroeconômico também indica uma tendência de desaceleração econômica global, uma vez que empréstimos e investimentos se tornam mais onerosos.
No Brasil, investidores aguardam a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC), prevista para ser divulgada ainda nesta quarta-feira. A expectativa predominante no mercado é de uma nova redução da taxa básica de juros (Selic), em 0,50 ponto percentual, para 11,25% ao ano.