As exportações japonesas registraram um aumento pelo segundo mês consecutivo em outubro, embora em um ritmo consideravelmente mais lento, devido à queda nas remessas de chips e aço destinadas à China. O enfraquecimento da demanda externa está afetando a economia dependente do comércio.
De acordo com dados do Ministério das Finanças divulgados nesta quinta-feira, as exportações aumentaram 1,6% em outubro em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento superou as expectativas dos economistas, que previam um aumento de 1,2% em uma pesquisa da Reuters, mas foi mais lento do que o aumento de 4,3% registrado em setembro.
A fragilidade das exportações tem complicado os esforços do Japão para impulsionar o crescimento econômico, com a demanda doméstica lenta também pesando na recuperação pós-pandemia.
“Até o meio do próximo ano, precisamos esperar para que as exportações atinjam o fundo, dado que a economia da China está desacelerando e a demanda dos Estados Unidos e da Europa está diminuindo”, afirmou Atsushi Takeda, economista-chefe do Instituto de Pesquisa Econômica Itochu.
“Até lá, o Japão precisará contar com o consumo e os gastos de capital para compensar.”
Com a ausência de impulsionadores de crescimento, alguns economistas alertam que o Japão poderia entrar em uma recessão técnica, definida como dois trimestres consecutivos de contração.
Os dados mostraram que a economia japonesa enfraqueceu de julho a setembro, interrompendo dois trimestres consecutivos de expansão, devido ao consumo fraco e às exportações.
Quanto ao destino, as exportações para a China, o maior parceiro comercial do Japão, caíram 4,0% em relação ao ano anterior em outubro, marcando 11 meses consecutivos de declínio.
Por outro lado, as exportações para os Estados Unidos, principal aliado do Japão, aumentaram 8,4% no ano até outubro. A demanda por veículos híbridos e maquinário de mineração e construção impulsionou o valor das remessas para os Estados Unidos para o seu maior patamar registrado.
As importações caíram 12,5% no ano até outubro, em linha com a estimativa mediana de uma queda de 12,2%. O saldo comercial ficou deficitário em 662,5 bilhões de ienes (US$ 4,38 bilhões), em comparação com a estimativa mediana de um déficit de 735,7 bilhões de ienes.
Dados separados do Gabinete do Japão mostraram que as encomendas principais de maquinário, consideradas um indicador líder dos gastos de capital, aumentaram 1,4% em setembro em relação ao mês anterior, superando o crescimento esperado de 0,9%.
Como sinal positivo para a recuperação doméstica, fabricantes entrevistados pelo Gabinete do Japão esperam que as encomendas principais aumentem 0,5% de outubro a dezembro, após uma queda de 1,8% no trimestre anterior.