Os preços das residências no Reino Unido aumentaram em 2,5% no ano até janeiro, registrando a maior taxa de crescimento anual em doze meses, conforme relatado pelo credor hipotecário Halifax em dados divulgados nesta quarta-feira. Essa tendência ascendente se junta a indícios preliminares de dinamismo no setor imobiliário.
No que diz respeito à variação mensal, os preços das casas subiram 1,3%, representando o quarto aumento consecutivo e o maior ganho mensal desde junho de 2022.
Kim Kinnaird, diretor de hipotecas da Halifax, observou que a recente queda nas taxas de hipoteca, combinada com a diminuição da inflação e um mercado de trabalho robusto, têm aumentado a confiança tanto de compradores quanto de vendedores no mercado imobiliário no início de 2024.
Existe uma perspectiva de que o próximo movimento do Banco da Inglaterra em relação às taxas de juros seja para baixo, embora haja incertezas sobre o momento exato. Isso poderia potencialmente sustentar a atividade do mercado imobiliário nos meses seguintes.
Durante um discurso nesta quarta-feira, Sarah Breeden, vice-governadora do BoE, indicou que os sinais de resiliência observados no mercado imobiliário podem sugerir uma demanda na economia mais robusta do que o previsto pelo banco central.
Kinnaird acrescentou, no entanto, que ainda existem razões para cautela nas perspectivas do mercado imobiliário.
“É provável que os desafios de acessibilidade permaneçam e não devemos descartar quedas modestas adicionais, especialmente em um contexto de incertezas mais amplas na economia”, destacou.
Outros indicadores do mercado imobiliário também apontam para perspectivas mais otimistas. Na semana passada, o credor hipotecário concorrente Nationwide informou que os preços das residências aumentaram 0,7% em termos mensais em janeiro, marcando o quinto mês consecutivo sem quedas.
“Considerando que o aumento registrado pelo Halifax reflete um grande aumento no índice Nationwide para o mesmo período, há poucas dúvidas de que os preços das casas tiveram um sólido começo de ano”, comentou Andrew Wishart, economista imobiliário sênior da consultoria Capital Economics.
O mercado imobiliário britânico, assim como o de muitos países ocidentais, experimentou um crescimento durante a pandemia de COVID-19, impulsionado por taxas de juros historicamente baixas, incentivos fiscais temporários e uma demanda crescente por espaço residencial, à medida que mais pessoas optavam pelo trabalho remoto.
Dados oficiais de novembro indicaram que os preços das casas no Reino Unido haviam caído 2% em relação ao pico observado em setembro de 2022, mas ainda permaneciam 24% acima dos níveis pré-pandemia.
A construtora Barratt, que anunciou na quarta-feira a intenção de adquirir sua concorrente menor, Redrow, afirmou que embora o cenário econômico seja desafiador, a demanda fundamental por novas residências permanece forte.