Hoje, foi anunciado que, após meses de incertezas financeiras, a gigante imobiliária chinesa Evergrande recebeu uma ordem de liquidação de um tribunal em Hong Kong. Essa medida marca o desfecho de dois anos de especulações sobre a intervenção do governo chinês para resgatar a empresa, uma aposta que se mostrou equivocada para investidores ao redor do mundo.
A Evergrande, que enfrenta uma dívida de mais de US$ 300 bilhões, está no epicentro da maior crise habitacional global, deixando pouco em seu vasto império que tenha valor substancial. A ordem de liquidação agora desencadeará uma corrida entre advogados para identificar e tomar posse de quaisquer ativos da Evergrande que possam ser vendidos, provavelmente gerando turbulências nos já nervosos mercados financeiros, especialmente aqueles preocupados com a economia chinesa.
Com outras incorporadoras imobiliárias enfrentando problemas semelhantes, o governo chinês tenta agora forçar essas empresas a concluir projetos inacabados, colocando em uma posição delicada empreiteiros e construtores que não foram pagos por anos. O desenrolar do caso Evergrande testará a crença de investidores estrangeiros de que a China tratará suas empresas de forma justa, podendo influenciar o fluxo de dinheiro para os mercados chineses, já abalados pela falta de confiança global na China.
A decisão do tribunal também aumenta a pressão sobre a China, que agora mais do que nunca precisa de investimentos estrangeiros para fortalecer seus mercados financeiros e imobiliários. Os recentes golpes nos mercados financeiros chineses e as tensões diplomáticas com os Estados Unidos têm levado à saída de investimentos estrangeiros da China, tornando a resolução do caso Evergrande crucial para restaurar a confiança.
Os investidores estão atentos para ver como a China lidará com as disputas envolvendo suas empresas inadimplentes, especialmente no setor imobiliário. A questão de quem será designado para realizar a liquidação, se um tribunal na China continental ou de Hong Kong, será observada de perto, uma vez que historicamente a China continental não reconheceu liquidações realizadas por tribunais estrangeiros.
A ordem de liquidação, proferida pela juíza Linda Chan nesta segunda-feira, representa um desfecho significativo após vários adiamentos nos últimos dois anos. O caso Evergrande continuará a ser acompanhado de perto, uma vez que os liquidantes agora buscam ativos da empresa, prometendo repercussões de longo prazo para o investimento na China.