O relatório semanal de estratégia de ações globais do BTG Pactual para a semana encerrada em 20 de setembro de 2024, trouxe insights importantes sobre o desempenho recente dos principais mercados de ações. Um dos principais destaques foi a reação positiva do mercado ao corte de 50 pontos-base realizado pelo Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, que impulsionou setores de crescimento, como tecnologia e serviços de comunicação, enquanto setores mais defensivos tiveram desempenho inferior.
Desempenho do S&P 500 e Outros Índices dos EUA
O índice S&P 500 apresentou um início de 2024 bastante forte, acumulando alta de 19,6% no ano. Entretanto, as avaliações indicam que o índice está sendo negociado acima de sua média histórica, com uma relação Preço/Lucro (P/L) estimada para os próximos 12 meses de 21,2x, superando a média dos últimos cinco anos. Em contrapartida, o S&P 500 ponderado por igual entre as empresas registrou um ganho acumulado de 12,0%, mostrando um crescimento mais moderado em comparação ao índice principal.
Outros índices importantes também tiveram desempenhos positivos, como o Russell 2000, que se concentra em ações de empresas de menor capitalização, com um crescimento acumulado de 9,9% no ano. O corte de 50 pontos-base das taxas pelo Fed fez com que o S&P 500 tivesse uma reação positiva nos primeiros dias após a decisão, registrando uma alta de 1,2%.
Setores de Crescimento Lideram os Ganhos Pós-Corte do Fed
O corte das taxas de juros pelo Fed favoreceu principalmente os setores ligados ao crescimento. Os destaques foram:
- Serviços de Comunicação, com um ganho de 2,4%;
- Tecnologia da Informação e Consumo Discricionário, ambos com um avanço de 2,0%;
- Nasdaq Composite, que tem um peso considerável de ações de tecnologia, subiu 1,8%.
Esses resultados refletem o otimismo dos investidores em relação aos setores que mais se beneficiam de um ambiente de juros mais baixos, como tecnologia e comunicação, que historicamente apresentam maior potencial de crescimento em tais cenários.
Invista nos setores que mais se beneficiam com a queda dos juros nos EUA – Clique aqui
Desempenho dos Setores Defensivos e Outros Setores
Nem todos os setores tiveram a mesma sorte após o corte de juros. Setores mais defensivos, como o Consumo não-discricionário, tiveram um desempenho inferior, registrando uma queda de 0,6%, seguido pelo setor de Real Estate, que caiu 0,7%. O setor de saúde também apresentou uma pequena retração de 0,2%.
Já os setores Financeiro e de Materiais Básicos registraram ganhos mais modestos, com crescimento de 0,6% e 0,5%, respectivamente. Essa variação mostra que o mercado reagiu de forma mista ao corte de taxas do Fed, com setores de crescimento mostrando mais resiliência e os setores defensivos sofrendo com a redução da atratividade em um ambiente de juros mais baixos.
Perspectivas Futuras e Impacto nos Multiplicadores de Valuation
O relatório destaca que, embora os múltiplos de valuation atuais não estejam particularmente baratos, o principal fator que determinará o desempenho futuro do mercado de ações será a trajetória do crescimento econômico. Recentemente, a correlação entre o desempenho das ações e os yields dos títulos voltou a ser positiva. Isso significa que, se o mercado antecipar um cenário de menor flexibilização monetária por parte do Fed devido a uma economia resiliente, as ações poderão continuar subindo, mesmo em um ambiente de juros mais elevados.
Por outro lado, uma deterioração nos dados econômicos poderia levar o mercado a esperar uma flexibilização mais agressiva do Fed, mas, nesse caso, as ações poderiam ter dificuldade em se valorizar, mesmo com yields mais baixos dos títulos.
A projeção de crescimento do mercado indica que, caso as estimativas acima do consenso se concretizem, o yield nominal de 10 anos dos títulos do Tesouro dos EUA poderá alcançar algo entre 3,8% a 4,0% com o avanço do ciclo de cortes do Fed. Assim, o crescimento dos lucros corporativos deve ser o principal motor para a valorização do S&P 500, uma vez que há um espaço limitado para a expansão de múltiplos.
Foco em Acordos de Energia e o Setor de Tecnologia
Outro ponto relevante do relatório foi o anúncio de um acordo entre a Constellation Energy (CEG) e a Microsoft para o fornecimento de energia. A Constellation Energy firmou um acordo de 20 anos que inclui a reabertura do reator nuclear da Unidade 1 de Three Mile Island, agora renomeado para Crane Clean Energy Center. A previsão é que o reator volte a funcionar em 2028, fornecendo 800 megawatts de energia e criando 3.400 empregos.
Esse acordo reforça a crescente demanda de grandes empresas de tecnologia por energia limpa e renovável, um segmento que promete atrair cada vez mais investimentos nos próximos anos, especialmente com o avanço da infraestrutura de inteligência artificial (IA).
Receba agora as Empresas de Dividendos para o final de 2024