O governo federal do Brasil está enfrentando um déficit primário que atingiu mais de R$ 105 bilhões nos primeiros oito meses deste ano, marcando o pior resultado para as contas públicas desde o início da pandemia em 2020.
Com gastos superando as receitas a este ritmo, a estimativa dos especialistas do mercado financeiro é que o déficit público termine o ano em R$ 106,5 bilhões, enquanto o próprio governo prevê um déficit ainda maior, de R$ 141,4 bilhões.
Além disso, economistas ouvidos pelo g1 acreditam que é altamente improvável que o déficit seja eliminado até 2024, como planeja o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Se essas projeções se concretizarem, será um retorno aos resultados negativos após uma breve interrupção em 2022, quando houve superávit. Antes disso, o país enfrentou uma sequência de oito anos de déficit.
Déficit primário do governo federal do Brasil atinge pior nível: entenda
Para entender melhor o que significa um rombo nas contas públicas, podemos fazer uma analogia com as finanças familiares. Um déficit primário ocorre quando a renda não é suficiente para cobrir todas as despesas, antes do pagamento dos juros da dívida. É como se a família tivesse que pegar um empréstimo para pagar as contas, e o banco fosse o financiador que recebe juros. A solução para reduzir o déficit é ou diminuir os gastos ou aumentar a renda.
No caso do governo, a solução tem sido buscar formas de aumentar a arrecadação, principalmente por meio de impostos. No entanto, o governo não gera dinheiro, mas sim utiliza parte do dinheiro gerado pela população e empresas para financiar suas atividades e serviços públicos. Portanto, o crescimento da economia e o aumento da produção são fundamentais para melhorar a arrecadação e reduzir o rombo nas contas públicas.