A China registrou um recorde histórico em suas importações anuais de petróleo bruto em 2023, conforme revelado por dados alfandegários divulgados nesta sexta-feira. Em meio à recuperação da demanda por combustíveis após as repercussões da pandemia, a China importou 11% a mais de petróleo bruto no último ano em comparação a 2022, totalizando 563,99 milhões de toneladas, equivalente a 11,28 milhões de barris por dia (bpd). Essa cifra supera o recorde anterior de 10,81 milhões de bpd estabelecido em 2020, de acordo com os dados da Administração Geral de Alfândega.
As importações de dezembro destacam-se, atingindo 48,36 milhões de toneladas, ou 11,39 milhões de bpd, um aumento significativo em relação aos 10,33 milhões de bpd registrados em novembro.
O setor de transporte interno de passageiros na China demonstrou uma ascensão constante ao longo de 2023, após o país relaxar abruptamente as restrições da pandemia em novembro de 2022. O tráfego rodoviário na China experimentou um aumento de 43,6% em passageiros-quilômetro entre janeiro e novembro de 2023, conforme indicam os dados do Ministério dos Transportes.
Além disso, o tráfego aéreo doméstico recuperou-se rapidamente, com um aumento de 27% em relação ao ano anterior, alcançando um novo recorde em dezembro, segundo informações da empresa de análise de aviação OAG. As viagens internacionais, no entanto, tiveram uma recuperação mais lenta, com os volumes de voos de dezembro ainda 39% abaixo do mesmo mês em 2019, pouco antes do fechamento das fronteiras.
Em contrapartida, a demanda doméstica por diesel mostrou-se mais fraca, influenciada pela desaceleração contínua no setor de construção e pela incerteza no setor de manufatura.
Os analistas projetam uma desaceleração no crescimento da demanda por petróleo na China para cerca de 4% no primeiro semestre de 2024, devido às questões no mercado imobiliário do país. No entanto, o crescimento moderado na produção doméstica deve continuar sustentando os níveis de importação.
Os principais impulsionadores das importações de petróleo em 2024 devem ser a demanda da aviação por querosene e a necessidade do setor petroquímico por produtos químicos de alta qualidade, utilizados na fabricação de bens essenciais como painéis solares e veículos elétricos.