A semana foi marcada por oscilações no Ibovespa, com ações entre altas e baixas refletindo o impacto da alta do dólar. A moeda americana renovou recordes e encerrando a sexta-feira a R$ 6,0708, o maior valor nominal da história. Essa oscilação impactou diretamente as ações de empresas expostas à moeda americana, levando algumas a registrarem as maiores altas e outras, as mais expressivas quedas no Ibovespa.
Na ponta positiva, as ações entre altas e baixas destacaram a BRF (BRFS3), que liderou os ganhos da semana com uma alta de 14,15%. A empresa, uma das maiores exportadoras de proteínas do Brasil, se beneficia diretamente da valorização do dólar, que impulsiona suas receitas no mercado externo. Segundo relatório do BTG Pactual, o cenário cambial favorece não só a BRF, mas também outras empresas exportadoras, como Minerva e JBS.
A segunda maior alta da semana ficou com a Ambev (ABEV3), que subiu 11,7%. Apesar do impacto negativo que o dólar elevado pode ter nos custos da fabricante de bebidas, cerca de 43% das vendas da empresa ocorrem fora do Brasil, gerando um efeito positivo na conversão de receitas para reais. A SLC Agrícola (SLCE3), com alta de 6,66%, também se beneficiou do dólar mais forte devido à sua grande dependência de receitas em moeda estrangeira.
As maiores altas do Ibovespa na semana
Confira as empresas que lideraram as altas do índice:
Código | Nome | Variação |
---|---|---|
BRFS3 | BRF ON | +14,15% |
ABEV3 | Ambev ON | +11,70% |
B3SA3 | B3 ON | +7,24% |
BRAV3 | Brava Energia ON | +6,89% |
SLCE3 | SLC Agrícola | +6,66% |
Ações entre altas e baixas: as maiores quedas
No outro extremo, as ações entre altas e baixas também refletiram os efeitos negativos da valorização do dólar e da escalada dos juros futuros, que tendem a restringir o consumo das famílias e pressionar empresas do setor de serviços e aviação.
A CVC (CVCB3) registrou a maior queda da semana, com desvalorização de 14,17%. A operadora de turismo enfrenta custos elevados em viagens internacionais, altamente sensíveis à cotação do dólar.
Outro destaque negativo foi a Azul (AZUL4), que recuou 9,33%. O setor aéreo é historicamente pressionado por custos atrelados ao dólar, como combustíveis e manutenção, o que torna o cenário ainda mais desafiador em momentos de alta da moeda americana.
As maiores quedas do Ibovespa na semana
Veja as ações com as maiores perdas:
Código | Nome | Variação Semanal |
---|---|---|
CVCB3 | CVC ON | -14,17% |
YDUQ3 | Yduqs ON | -10,38% |
AZUL4 | Azul PN | -9,33% |
HAPV3 | Hapvida ON | -8,52% |
PCAR3 | GPA ON | -8,33% |
Contexto e perspectivas: ações entre altas e baixas
A semana reforça o impacto do dólar em diferentes setores da economia. Enquanto empresas exportadoras se beneficiam da alta da moeda americana, aquelas com custos atrelados ao dólar, como operadoras de turismo e companhias aéreas, enfrentam margens mais apertadas.
O cenário cambial e a trajetória dos juros continuam a influenciar as ações entre altas e baixas, destacando a importância de entender como esses fatores impactam empresas específicas antes de investir.