Primeiramente, vamos aos fatos:
- Estamos com a taxa Selic na máxima (14,75%). Os juros acabam de atingir o maior patamar dos últimos 20 anos. Uma taxa bem restritiva que afasta investimentos em ativos de risco e na economia real.
- No cenário externo temos uma guerra comercial e tarifária entre as 2 maiores potências globais que afastou a bolsa americana das máximas.
- A Petrobrás (a segunda maior empresa dentro do índice) vem sofrendo com a queda recente do petróleo e está longe das máximas.
- A Vale (o maior peso) também está longe de estar vivendo um momento de euforia. É outra que precisa subir muito para chegar no seu topo.
- Empresas consideradas de qualidade com altas margens e crescimento negociam a menos de 10x lucro.
- A inflação corrente e a projetada continuam persistentemente acima da meta do Banco Central.
- O fiscal do país continua deteriorado e as taxas de NTN-B continuam historicamente altas, apesar de terem tido ligeira queda nas últimas semanas.
- Depois de anos de resgates, a indústria de fundos está com alocações mínimas em bolsa
- Estamos há 4 anos praticamente sem um IPO no Brasil.
E mesmo com tudo isso, o índice Ibovespa acaba de atingir um novo topo histórico no dia de ontem (13/5/2025) ao bater 139.123 pontos. Poucos estão entendendo esse movimento.
Poucas vezes vimos um cenário de máximas com múltiplos tão amassados.
Por outro lado, as empresas continuam apresentando resultados fortes. Mesmo no cenário de juros restritivos.
O movimento recente tem sido motivado pela entrada de capital estrangeiro por aqui.
Lembre-se, o mercado antecipa o futuro e lutar contra o fluxo não costuma ser uma boa ideia.