A BlackRock anunciou uma redução em sua participação acionária na Usiminas (USIM5), passando a deter 4,8% das ações da siderúrgica, conforme documento enviado ao mercado nesta quarta-feira (4). Após a diminuição, a gestora agora possui 26,7 milhões de ações preferenciais classe A e mais 1,5 milhão de ações ordinárias da empresa.
De acordo com o comunicado, a BlackRock ressaltou que sua participação tem caráter exclusivamente de investimento, sem qualquer intenção de alterar o controle acionário ou a estrutura administrativa da Usiminas. Isso segue o padrão dos documentos desse tipo, nos quais grandes investidores frequentemente declaram não buscar influência direta na governança da companhia.
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Desempenho negativo da Usiminas (USIM5) em 2024
As ações da Usiminas acumularam uma queda de 30% no ano, um declínio amplamente atribuído aos resultados decepcionantes do segundo trimestre de 2024. Nesse período, a siderúrgica reportou um prejuízo líquido de R$ 100 milhões, o que alarmou os investidores e resultou em uma forte correção nos preços das ações.
A empresa justificou o prejuízo pela piora no desempenho operacional, além dos efeitos negativos da desvalorização do real em relação ao dólar, que impactaram a sua dívida. O BTG Pactual, em um relatório divulgado após os resultados, destacou que o Ebtida da Usiminas ficou 40% abaixo das expectativas do banco, refletindo um desempenho operacional mais fraco do que o esperado nas unidades de produção de aço.
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Perspectivas preocupantes para a ação
O BTG Pactual apontou que a perda de lucros no segundo trimestre, aliada à falta de visibilidade sobre potenciais reduções de custos, pode prolongar a recuperação da companhia. “Acreditamos que os investidores poderão reconsiderar os ganhos recentes da ação, dado que o caminho para uma taxa de execução de Ebtida de R$ 3 bilhões parece cada vez mais distante”, comentou o banco em seu relatório.
Outro fator que tem pressionado o desempenho das ações da Usiminas é a determinação judicial que exige que a CSN (CSNA3) reduza sua participação na siderúrgica de 12,9% para menos de 5% do capital social. O processo de alienação das ações deverá ser conduzido conforme estipulado no Termo de Compromisso de Desempenho, assinado em 2014 entre a CSN e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o que cria mais incerteza para o papel da Usiminas no curto prazo.