O Banco Central Europeu (BCE) optou por manter as taxas de empréstimos em um nível recorde nesta quinta-feira, como previsto, mas indicou a possibilidade de uma redução das taxas de juros em breve. Esta decisão, contudo, vem em meio a crescentes dúvidas dos investidores sobre se o Federal Reserve seguirá uma trajetória semelhante.
Apesar dos dados de inflação nos Estados Unidos divulgados na quarta-feira serem mais robustos do que o esperado, o BCE reiterou sua postura cautelosa em relação aos cortes nas taxas em seu comunicado regular.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, durante coletiva de imprensa, reconheceu a importância dos acontecimentos econômicos nos EUA, mas ressaltou as distinções entre as condições econômicas na zona do euro e nos Estados Unidos.
Lagarde afirmou que apenas alguns membros do Conselho do BCE consideram oportuno afrouxar a política monetária neste momento, mas concordaram em esperar por mais dados. O banco pretende divulgar novas projeções de inflação e crescimento em junho.
O BCE observou que, embora o crescimento dos salários esteja desacelerando e as empresas estejam absorvendo aumentos de custos, as pressões inflacionárias internas permanecem significativas.
Analistas alertam que a situação pode se complicar se o Federal Reserve decidir adiar seus próprios ajustes na política monetária para combater a inflação. No entanto, mesmo nesse cenário, a divergência entre o desempenho econômico dos EUA e da zona do euro pode impulsionar o BCE a agir.
Após a decisão do BCE, os mercados monetários projetam uma probabilidade de cerca de 70% de um corte de 25 pontos base nas taxas em junho, em comparação com 80% anteriormente nesta quinta-feira.
Com a zona do euro enfrentando seu sexto trimestre consecutivo de estagnação econômica e sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho, a pressão por medidas de estímulo econômico está aumentando.