O Banco Central do Brasil revisou sua estimativa para o crescimento do PIB de 2023 de 1,9% para 2,5%. A revisão no crescimento foi motivada, sobretudo, pelo resultado do PIB no 1T23, melhor do que o esperado para o setor agropecuário e para alguns subsetores de Serviços e Indústria, e ainda pela expectativa de menores juros até o final do ano, em função da desaceleração nas projeções de inflação.
Crescimento do PIB para 2023
As projeções de crescimento melhoraram para todos os setores. Para o setor agropecuário, a projeção de crescimento no ano foi revista de 11,0% para 13,2%. Para a Indústria, o crescimento esperado avançou de 0,5% para 0,8%, enquanto a projeção para Serviços passou de 1,3% para 1,7%.
O crescimento esperado para 2024 manteve-se em 2,3%. Frente a 2023, o cenário é de leve desaceleração, motivada pela baixa contribuição esperada para o setor externo e pelo menor crescimento projetado para o setor agropecuário. Apesar da desaceleração, o crescimento será mais homogêneo entre setores e baseado na recuperação da absorção doméstica.
A previsão para o IPCA passou de 5,58% para 4,85% em 2023, e de 3,63% para 3,30% em 2024. A expectativa de inflação foi revista para baixo repercutindo as surpresas positivas com a divulgação do IPCA de abril e maio; o reajuste autorizado para plano de saúde levemente inferior ao projetado; a redução nos preços da gasolina, diesel e gás de botijão nas refinarias; e revisões nas tarifas de energia elétrica residencial e ônibus urbano. Para 2024, a redução da projeção reflete a mudança no cenário de câmbio e de preço de commodities, além dos menores reajustes previstos para monitorados, em parte por causa da desinflação esperada para 2023, em parte por causa das condições projetadas para a demanda externa. Nos anos seguintes, a expectativa é de inflação de 3,00% ao ano. Para o IGP-DI e INPC, as projeções também foram revisadas para baixo.
No Prisma Fiscal, as projeções mostram queda nas expectativas para o déficit primário do Governo Central em 2023 de janeiro a junho. Na coleta de junho, a projeção para o déficit primário em 2023 foi de R$ 101,75 bilhões, ante R$ 125,99 bilhões em janeiro. A melhora nas expectativas sugere que as instituições de mercado estão considerando as medidas anunciadas pelo Ministério da Fazenda em suas projeções fiscais.
No geral, o Boletim de Conjuntura Econômica do Banco Central do Brasil traz uma perspectiva positiva para a economia brasileira em 2023. O crescimento deve ser mais acelerado do que o esperado, a inflação deve desacelerar e o déficit primário deve cair.