Segundo dados finais divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) na sexta-feira, a taxa de inflação harmonizada de 12 meses da União Europeia (IHPC) na Espanha subiu para 3,3% em março, em comparação com os 2,9% registrados até fevereiro. Esse aumento é atribuído aos preços mais altos da eletricidade.
A mudança no Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) sobre a eletricidade, que aumentou de 10% para 21%, após o governo espanhol interromper medidas de alívio da inflação em resposta ao início da guerra na Ucrânia, contribuiu significativamente para esse aumento.
Os dados do INE superaram as expectativas, tanto as estimativas rápidas de 27 de março quanto a média de 3,2% dos analistas consultados pela Reuters.
Miguel Cardoso, do BBVA Research, afirmou em um e-mail que os dados de hoje estão em linha com as expectativas. Ele prevê que a inflação possa ficar em torno de 3,1% em média durante 2024 (3,2% no final do ano) e cair para 2% em média durante 2025.
Enquanto isso, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, observou na quinta-feira que a inflação na zona euro, estimada em 2,4% em março, não muito distante da meta de 2%, não seguirá uma trajetória linear nos próximos meses.
Os sinais de desaceleração da inflação na zona euro são evidentes, com o rápido crescimento salarial diminuindo, o investimento fraco e os empréstimos bancários estagnados. Esses fatores apontam para uma redução nas pressões sobre os preços.
O núcleo da inflação na Espanha, excluindo os preços voláteis dos alimentos frescos e da energia, registrou 3,3% nos 12 meses até março, abaixo dos 3,5% registrados até fevereiro, conforme relatado pelo INE.
Em termos anuais, os preços ao consumidor na Espanha aumentaram 3,2% em março, em comparação com os 2,8% registrados até fevereiro. A inflação medida pelo IHPC de março foi superior à da Alemanha e da França, que registraram 2,3% e 2,4%, respectivamente.