A AgroGalaxy, uma das maiores empresas do setor agrícola no Brasil, revelou nesta semana uma dívida de R$ 3,7 bilhões, em meio a uma crise de liquidez que pressiona sua estrutura financeira. Entre os maiores credores da companhia, destaca-se a Vert Companhia Securitizadora, responsável por estruturar Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) que somam R$ 516,4 milhões. O vencimento antecipado desses CRAs foi acionado devido à crise financeira, agravando ainda mais a situação da empresa.
Outros grandes credores incluem instituições financeiras de peso, como o Banco do Brasil, com R$ 391,2 milhões, o Santander, com R$ 278,4 milhões, e o Citibank, com R$ 106,8 milhões. Além de instituições bancárias, fornecedores agrícolas também figuram entre os principais credores, como a FMC, com uma dívida de R$ 163,6 milhões, e a Albaugh Agro Brasil, com R$ 139,4 milhões.
Crise Agravada por Adversidades Econômicas
A crise enfrentada pela AgroGalaxy é atribuída a uma combinação de fatores adversos, que incluem a “queda drástica nos preços das commodities”, “condições climáticas desfavoráveis” e “restrições de acesso ao crédito”. Segundo a empresa, esses fatores afetaram diretamente sua liquidez e a capacidade de geração de caixa, resultando no aumento da dívida líquida.
Além das dívidas com instituições financeiras, a AgroGalaxy possui débitos com produtores rurais relacionados a operações de fixação de preço de grãos. A empresa também tem dívidas com seu controlador, o Agrofundo Brasil X FIP, gerido pelo Aqua Capital, no valor de R$ 152,3 milhões.
Detalhamento dos Principais Credores
Outros credores importantes incluem a Opea Securitizadora, com R$ 148,8 milhões, e a Mosaic Fertilizantes, com R$ 119,5 milhões, além de outras empresas do setor agrícola como a Rainbow Defensivos Agrícolas e a Total Biotecnologia, com débitos de R$ 116,9 milhões e R$ 115,5 milhões, respectivamente.
Além dos débitos quirografários, o grupo também reconheceu R$ 11,1 milhões em dívidas trabalhistas (Classe 1) e mais R$ 9,6 milhões, além de US$ 7 mil, devidos a micro e pequenos empresários (Classe 4), conforme estabelecido pela legislação de recuperação judicial.
Ação Judicial e Proibição de Retenção de Recursos
A situação financeira crítica da AgroGalaxy levou o judiciário a intervir na retenção de R$ 205 milhões em recebíveis que estavam sob controle de bancos como Banco do Brasil, Santander, Banco ABC, Banco Daycoval e Citibank. Esses recursos foram proibidos de ser retidos e devem ser transferidos para contas de livre movimentação da empresa, sob pena de multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento.