Na manhã desta segunda-feira (5), os preços do ouro registraram uma queda significativa. Por volta das 09h50, o ouro com entrega em agosto recuava 2,27%, sendo cotado a US$ 2.412,35 por onça-troy. Este movimento é atípico, considerando que o ouro geralmente se valoriza em tempos de incerteza econômica, quando o dólar, os rendimentos de Treasuries americanos e as bolsas recuam.
A recente queda no preço do ouro pode ser atribuída ao aumento dos temores de uma recessão nos Estados Unidos. O mercado está operando em território negativo após a intensificação dessas preocupações nos últimos dias. O Federal Reserve, segundo analistas, demorou demais para iniciar seu afrouxamento monetário, colocando a economia em risco.
Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, sinalizou que o banco central deve começar a cortar os juros em setembro. Essa expectativa de corte nos juros é uma tentativa de evitar uma recessão mais grave, mas a reação do mercado foi marcada por uma grande incerteza.
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Protegendo os Investimentos: Ouro e Dólar
Em tempos de volatilidade do mercado, ativos como ouro e dólar são considerados “clássicos” para blindar o patrimônio. Ambos são vistos como refúgios seguros para investidores que buscam proteger seu capital. No entanto, a melhor forma de investir em cada um desses ativos pode variar conforme o cenário econômico.
William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, destaca que a elevação das taxas de juros no Japão e a realização de lucros no setor de tecnologia também pesam no cenário global. “Vemos a reação do mercado como exagerada e repercutindo um receio de uma forte e/ou grave recessão à frente, a qual vemos como altamente incerta. Vale a ressalva que a economia americana já enfrentou 48 recessões em sua história e que, apesar dos momentos difíceis, o dólar continuou sendo a principal moeda de reserva de valor global”, afirma Alves.
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Segundo Castro Alves, no curto prazo, as ações tendem a sofrer, ao passo que a queda nas curvas de juros tende a gerar um impacto positivo de marcação a mercado nos ativos de renda fixa. Esta dinâmica pode oferecer oportunidades para investidores atentos às variações do mercado de renda fixa.
Impacto nas Bolsas de Valores e Criptomoedas
O pessimismo no mercado financeiro não se limitou apenas ao ouro. As bolsas asiáticas também registraram quedas expressivas. A bolsa de Nikkei, a maior do Japão, despencou 12% em uma sessão histórica, marcando a pior queda desde 1987, quando ocorreu a chamada ‘Sexta-feira negra’.
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O impacto negativo se estendeu também ao mercado de criptomoedas. O Bitcoin (BTC), por exemplo, registrou uma queda de mais de 15%, sendo cotado a US$ 51.137, o menor patamar desde fevereiro, quando estava rondando os US$ 49 mil. Já o Ethereum (ETH) afundou quase 22%, operando a US$ 2.281, a segunda maior criptomoeda do mercado registrou seu menor patamar desde janeiro e a maior queda desde maio de 2021.
Contexto Global e Perspectivas
A avaliação geral dos analistas é de que o mercado está reagindo de forma exagerada aos temores de recessão. No entanto, os sinais de alerta não podem ser ignorados. A economia global está passando por um período de ajustes, com elevações nas taxas de juros e volatilidade nas bolsas de valores e criptomoedas.
Para investidores, o momento exige cautela e uma estratégia bem definida para proteger seus ativos. A diversificação continua sendo uma recomendação chave, abrangendo ativos tradicionais como ouro e dólar, além de renda fixa, que pode se beneficiar das quedas nas curvas de juros.
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