Queda no crédito imobiliário atinge todos os segmentos, diz Abecip

Queda no crédito imobiliário afeta todos os segmentos em 2025; Abecip propõe soluções para conter retração e estimular financiamentos.
Queda no crédito imobiliário

A queda no está se espalhando por todos os segmentos do setor, inclusive os voltados para a . Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Imobiliário e Poupança (Abecip), a retração já atinge financiamentos com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), historicamente mais resilientes mesmo em cenários de juros elevados.

“Não é apenas a classe média que sente o impacto, mas todos os imóveis que estão fora do Minha Casa Minha Vida”, afirmou Sandro Gamba, presidente da Abecip. Até mesmo a nova Faixa 4 do MCMV, voltada a imóveis com valor acima de R$ 350 mil, não escapou da tendência de retração no crédito. Segundo Gamba, boa parte das incorporadoras ainda está em fase de planejamento para lançamentos que se enquadrem nesse novo subsídio.

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Crédito lastreado na poupança também recua

Um dos fatores centrais para a queda no crédito imobiliário é a retração da poupança como fonte de financiamento. Em dois anos, o estoque de crédito lastreado em poupança caiu de R$ 205 bilhões para R$ 187 bilhões. No primeiro semestre de 2025, os financiamentos via SBPE somaram R$ 73,6 bilhões, uma queda de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Historicamente, a poupança foi a principal fonte de recursos para o financiamento habitacional. Hoje, ela representa cerca de 50% do volume total, obrigando o mercado a buscar alternativas para manter o fluxo de crédito.

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LCIs e compulsório: soluções em debate

As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) surgem como alternativa relevante, mas enfrentam entraves regulatórios. Um deles é o prazo de carência, que chegou a 12 meses, mas atualmente está em seis. Para Gamba, voltar ao prazo original de três meses ajudaria a reduzir custos e ampliar o volume de crédito.

Outro ponto é o compulsório: 20% dos recursos da poupança são recolhidos pelos bancos ao Banco Central. A Abecip defende que essa parcela seja liberada para ampliar o funding das instituições financeiras. A proposta também conta com apoio da Abrainc, que representa incorporadoras.

Os bancos hoje destinam cerca de 65% da poupança ao crédito imobiliário e mantêm 15% como reserva livre. A liberação parcial do compulsório poderia injetar dezenas de bilhões no setor, segundo estimativas da Abecip.

Solidez do sistema e a necessidade de um mix de soluções

Apesar do cenário desafiador, Gamba destaca a resiliência do sistema de habitação brasileiro. Segundo ele, o setor conta com instrumentos eficazes que, quando ajustados às condições atuais, podem dar suporte a um novo ciclo de crescimento do crédito imobiliário.

No entanto, ele alerta: “Nenhuma medida isolada será capaz de resolver os desafios. É preciso um mix de instrumentos adaptados às diferentes finalidades”. A formação de um funding robusto e flexível, que garanta previsibilidade ao mercado, é vista como essencial para retomar o crescimento de forma sustentável.

A queda no crédito imobiliário não é apenas um reflexo de juros altos, mas também do esgotamento de fontes tradicionais de financiamento. A urgência em encontrar soluções equilibradas e regulatoriamente viáveis é um dos principais desafios enfrentados por todo o setor da construção e incorporação imobiliária neste segundo semestre de 2025.

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